Delatores da Lava Jato fecham acordos de colaboração com Justiça norte-americana

O executivo da Toyo Setal, Augusto Mendonça, e o lobista Julio Camargo, ambos presos e delatores na Operação Lava Jato, fecharam acordos com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para fornecer informações sobre o envolvimento de cidadãos e empresas americanas no esquema de corrupção na Petrobras. Segundo a Folha de S. Paulo, o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, e o doleiro Alberto Youssef também tentam acordo com as autoridades norte-americanas. O ex-diretor da empresa, Nestor Cerveró, é outro que pretende delatar para a Justiça dos EUA as irregularidades envolvendo a compra da refinaria de Pasadena. De acordo com a Folha, nos nos interrogatórios feitos em dezembro a Augusto de Mendonça e, em março, a Julio Camargo, os agentes americanos concentraram suas perguntas nas operações feitas em dólar e que utilizaram entidades vinculadas ao seu país. Depois de assinar o acordo, as autoridades asseguraram a Mendonça que ele não será processado nos Estados Unidos e não pagará multas além das já estabelecidas pela Justiça brasileira. Camargo recebeu os mesmos benefícios. A Odebrecht também se tornou alvo de cobiça do Departamento de Justiça norte-americana, que negocia delação com a empreiteira. Se as tratativas vingarem, a empresa terá que pagar multa, e as descobertas feitas pelos investigadores americanos serão mantidas em segredo.