MP se manifesta favorável a troca de delegado em caso de estupro coletivo

O Ministério Público divulgou neste domingo (29) ser favorável ao pedido de troca do delegado que apura o estupro coletivo de uma menina de 16 anos no Rio de Janeiro. A solicitação foi feito pelas advogadas, que consideraram que o delegado Alessandro Thiers, da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), fez perguntas que não tinham relação com o crime e que expuseram a jovem a vexame e constrangimento – entre os questionamentos, ele quis saber se a jovem já tinha feito sexo grupal. Segundo informações do portal G1 Rio de Janeiro, apesar do posicionamento favorável à troca, o MP não pedirá o afastamento, por entender que a medida é atribuição da própria Polícia Civil. O órgão também recomendou que a investigação do estupro seja desmembrada: o caso seria repassado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima (Dcav), ficando com a DRCI a investigação do delito de divulgação do vídeo. Independente da decisão judicial, o promotor Bruno Lavorato expedirá ofício pedindo que a investigação sobre o estupro seja conduzida apenas pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav). Outro pedido das advogadas apreciado positivamente pelo MP refere-se a uma medida cautelar assecuratória em favor da vítima, semelhante às medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha. As advogadas argumentam que a vítima estaria sendo intimidada por um dos autores do crime, que tem tentado se aproximar dela. A defesa quer que o suspeito seja impedido de se aproximar da vítima. O Tribunal de Justiça informou que ainda não havia informação sobre determinação judicial para que o desmembramento do inquérito seja desmembrado ou para a substituição de Thiers no caso. O processo tramita em segredo de justiça.