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‘Acabou Chorare’: Novos Baianos querem fazer Brasil ‘sorrir’ em momento de ‘desunião’

Por Jamile Amine

‘Acabou Chorare’: Novos Baianos querem fazer Brasil ‘sorrir’ em momento de ‘desunião’
Foto: Divulgação
O show inédito que reúne os Novos Baianos, neste domingo (15), fechando o Festival Eu Sou a Concha, teve os ingressos esgotados em menos de uma hora de vendas. Nada mais natural para um dos momentos mais esperados na programação de reabertura da Concha Acústica do Teatro Castro Alves. Com o sucesso de vendas, o grupo confirmou mais uma apresentação na segunda-feira (16). “É uma questão de afetividade mesmo com o nosso público”, justifica Paulinho Boca de Cantor, lembrando que esta não é a primeira vez que o grupo, formado por ele, Baby do Brasil, Moraes Moreira, Pepeu Gomes, Luiz Galvão e Dadi Carvalho, esgota a lotação do espaço. “A gente começou a fazer shows na Concha no início dos anos 70. Ela sempre esteve presente na vida dos Novos Baianos. A gente tinha recorde de público lá e acho que ainda devemos ter. Teve um show nosso que derrubaram o portão, porque não tinha mais ingressos. Esgotaram, e ai os portões foram abertos para que o público pudesse entrar”, lembra Paulinho. “Claro que isso não vai acontecer de novo, com a Concha novinha. Exatamente por isso pensamos no show da segunda-feira, para atender ao apelo”, diz o músico, que já havia anunciado ao Bahia Notícias a possibilidade de reunir o grupo, muito tempo antes da confirmação oficial (clique aqui).
 

Paulinho, Pepeu, Baby, Galvão e Moraes participam de show na reabertura da Concha | Foto: Divulgação
 
Apesar de reconhecer o valor dos Novos Baianos para a cultura brasileira, Paulinho disse ter ficado surpreso com a rapidez em que os ingressos foram vendidos. “Não somos esses grandes artistas da mídia hoje, como Wesley Safadão, Ivete Sangalo, não sei o que. A gente fica feliz que tem uma galera jovem, geração do ano 2000, ávida para saber mais sobre esse trabalho, essa mágica que acontece quando a gente se junta, porque tivemos um tempo muito rico, fértil e criativo juntos”, conta o artista. 
 
Repertório do show será baseado no disco "Acabou Chorare" | Foto: Reprodução
 
O repertório da apresentação deste domingo será baseado no histórico álbum “Acabou Chorare” (1972), disco, que segundo Paulinho, marcou uma época difícil para o país. “Na realidade esse nome [Acabou Chorare] representou também um pouco de se fazer o Brasil acabar de chorar naquele momento da ditadura militar, naqueles dias de chumbo. A gente viu amanhecer um momento feliz na vida brasileira”, conta o músico, que estabelece um paralelo ao momento crítico do Brasil, hoje. “Naquele tempo a gente conseguiu fazer o Brasil sorrir, sair da depressão profunda da ditadura. E nesse momento agora da dualidade política, dessa desunião, a gente sabe que os Novos Baianos trazem essa mensagem”, diz o artista, que promete ao público um show “antológico e histórico”. “A gente se une de novo, e quando isso acontece, é uma explosão cósmica, e a gente passa muito essa alegria e felicidade”, garante.
 

 
O show é uma das raras oportunidades de conferir esta alegria ao vivo, já que os músicos não pretendem retomar uma carreira em grupo. “Não vamos voltar. O que fizemos é irretocável. Mas é um encontro histórico, de um peso grande. Vamos rir, lembrar o sim, as músicas”, diz Baby do Brasil. “Estamos juntos, porque estamos ainda vivos, então é possível esses reencontros, vamos aproveitar. Cada um tem uma carreira individual, então parar para fazer um complemento é muito delicado, porque nós teríamos que estar morando juntos novamente e dividir tudo, pra ficar igualzinho”, completa a cantora, lembrando dos tempos em que os Novos Baianos viviam em comunidade.