Governistas defendem manifestações após votação do Senado; oposição diz não temer reação
Por Estela Marques
Foto: Montagem/ Bahia Notícias
A luta e as manifestações pró-governo devem continuar, mesmo após a votação no Senado, nesta quarta-feira (11), que deve afastar a presidente Dilma Rousseff (PT) em caso de aprovação do processo de impeachment. A defesa é de deputados aliados da petista, como Alice Portugal (PCdoB-BA) e Daniel Almeida (PCdoB-BA). “Se o afastamento se confirmar, a mínima expectativa é o país na anormalidade. Espero que os senadores possam repensar e entender que impeachment é constitucional, mas se não há crime de responsabilidade, é golpe. Cada um deve refletir”, avaliou Alice, em entrevista ao Bahia Notícias. Almeida reforçou que não há razão para os movimentos sociais jogarem a toalha, já que “golpe tem que se enfrentar sempre com resistência”. “Não sei o prazo de mobilização que acontecerá na próxima quinta ou sexta-feira, mas seguramente a indignação dos democratas brasileiros vai continuar se manifestando tanto agora quanto no futuro, para evitar que se consolide no Brasil a quebra da democracia”, acrescentou. O deputado Arthur Maia (PPS-BA) não acredita muito na continuidade das manifestações pró-governo, segundo ele, porque “a militância da PT é paga e, quando vê a possibilidade de escassez de dinheiro, desaparece”. “Por isso mesmo estão vendo que não tem mais o que fazer e não vão ter nenhuma reação, até porque reação paga contra posicionamento que todo o Brasil está a favor não leva a lugar nenhum”, avaliou. Maia acredita que não haverá qualquer manifestação contrária, mas “aplauso” ao Senado. Já o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) vê o day after à votação no Senado como um momento de “alívio” e “esperança”. Para o democrata, o resultado da sessão desta quarta deixará a população mais esperançosa de que o Brasil trilhará um caminho de recuperação e a possibilidade de manifestações não tem nenhum impacto sobre essa perspectiva. “Pode ser que alguns façam [atos], mas o governo vai exercer sua governabilidade na plenitude, então não terá nenhum temor sobre isso”, finalizou.