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Relatório sobre morte de Anísio Teixeira aponta indícios de assassinato

Relatório sobre morte de Anísio Teixeira aponta indícios de assassinato
Foto: Reprodução
O relatório sobre as circunstâncias da morte do educador e jurista Anísio Teixeira será apresentado nesta sexta-feira (11), em Salvador, pelo escritor João Augusto de Lima Rocha, professor da  Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba). A morte, ocorrida em 1971, teve causa determinada como “acidente” pelo regime militar, após ele ter caído no fosso do elevador de um prédio no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. Segundo informações do jornal A Tarde, Rocha, que é sobrinho-neto de Anísio, teve acesso ao Auto de Exame Cadavérico, que foi encontrado recentemente, e o documento levanta suspeitas de que Anísio tenha sido assassinado por agentes do governo. A apresentação ocorre no dia em que se completam 45 anos da morte do educador. De acordo com A Tarde, a cópia obtida do documento, de cinco páginas, está parcialmente ilegível. "A muito custo, consegui decifrar, parcialmente, em quinze dias de muito trabalho", disse Rocha. O auto foi encaminhado à Comissão Nacional da Verdade. O corpo de Anísio Teixeira foi removido do fosso do elevador dois dias após o óbito, sem a realização do levantamento cadavérico pelos peritos da polícia.


Foto: Reprodução

Na parte legível do laudo, o exame externo do corpo indica, "na região temporo-parietal esquerdo" da cabeça, "duas feridas contíguas" medindo 28 e 43 centímetros "nos maiores diâmetros". O legista informa ainda que na cavidade craniana  os ferimentos provocaram um afundamento de 3 centímetros de largura por quatro de comprimento. No tórax, foi verificada a "fratura completa dos arcos costais direitos de 1/ ao 8° na linha axilar anterior e fratura no 6° arco costal esquerdo no mesmo nível". No memorial feito por Rocha, pelo ex-deputado federal Haroldo Lima, pelo filho Carlos Antônio Teixeira, e pelo genro, Mário Celso Gama, é relatado que, ao descrever as duas grandes lesões traumáticas no crânio e na região supraclavicular, o legista mostrou ferimentos "que seriam incompatíveis com a queda" no fosso. "Admitiu-se que um eventual instrumento cilíndrico, provavelmente de madeira, teria causado as lesões", diz o memorial. Na sequência, o legista foi interrompido por dois funcionários da polícia que vinham do local de onde o corpo fora removido e que afirmavam que tinha sido "morte acidental por queda no fosso". A Comissão Nacional da Verdade (CNV) e Comissão da Memória e Verdade Anísio Teixeira, da UnB, iniciaram investigação em 2012, após acesso ao memorial, mas os trabalhos não foram concluídos. Segundo Rocha, a CNV obteve, no entanto, fotos do local onde o cadáver foi encontrado, e o Auto de Exame Cadavérico.