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Termômetro eleitoral, Bonfim é largada para teste de popularidade de candidatos

Por Fernando Duarte

Termômetro eleitoral, Bonfim é largada para teste de popularidade de candidatos
Candidato à reeleição, ACM Neto não fala na disputa | Foto: Max Haack/ Ag. Haack
De festa sagrada e profana, o Lavagem do Bonfim é, há tempos, o primeiro teste popular no ano para políticos. Logo nas primeiras semanas de janeiro, quem quer lograr êxito nas urnas em outubro tenta cumprir os 8 km a pé entre a Igreja da Conceição da Praia e a Igreja do Senhor do Bonfim. É o tradicional ‘quem tem fé, vai a pé’. Em 2016, a bola da vez é do prefeito ACM Neto (DEM). Candidato à reeleição, apesar de não admitir, deve surfar na onda da pesquisa que o apontou o prefeito com a melhor avaliação do Brasil (veja aqui). Desde o primeiro ano, o prefeito da capital baiana acaba bem recebido pela população no trajeto, o que deixa os potenciais adversários buscando alcança-lo quando o quesito é popularidade. Diferente do ano passado, quando não teve o governador recém-empossado Rui Costa (PT) para dividir os holofotes – Rui foi acometido de uma traqueobronquite e não participou dos festejos -, ACM Neto vai enfrentar uma comparação natural com a administração do petista – ainda que os âmbitos sejam completamente distintos.

 
Alice e Isidório contam com apoio de Rui | Foto: Montagem/ Bahia Notícias

Enquanto ACM Neto vive uma onda positiva e deve disputar as atenções pela primeira vez no Bonfim com o governador – nos dois primeiros do prefeito, o então governador Jaques Wagner não cumpriu os 8 km -, os candidatos da esfera de influência do governador vão batalhar pelos olhos atentos de possíveis eleitores. Alice Portugal (PCdoB) e Pastor Sargento Isidório (Pros) querem – e devem obter – as bênçãos do governador para concorrer ao Palácio Thomé de Souza. A estratégia, já não mais de bastidores, é tentar pulverizar candidaturas no primeiro turno, numa tentativa de fazer sangrar os votos do prefeito. Alice vai para mais uma tentativa de ser viabilizada – em 2012 chegou a garantir que não recuaria e acabou fora do pleito – e Isidório, com direito a comicidade que o personagem que se tornou confere, vai percorrer os votos evangélicos ainda que o Bonfim seja um dos máximos momentos do sincretismo religioso entre o catolicismo e o candomblé. Eles, no entanto, não são os únicos a tentar encontrar amparo junto à Rui Costa. O PT também quer lugar ao sol – ainda que no guarda-chuva do governador.


Valmir Assunção, Juca Ferreira e Gilmar Santiago são os nomes do PT | Foto: Montagem/ Bahia Notícias

Três candidatos foram oficialmente postos pelos petistas: Gilmar Santiago, Valmir Assunção e Juca Ferreira. Os dois primeiros já votados em pleitos recentes e com algum tipo de recall eleitoral, algo inexistente no caso de Juca. Gilmar é uma das vozes constantes de oposição ao prefeito na Câmara de Salvador e, com resultados pouco expressivos, ainda consegue estar presente na agenda da cidade. Valmir possui ligação com o MST e tenta viabilizar uma candidatura na capital – onde áreas para ocupação sem-terra não são tão disponíveis. Até então a escolha dele para disputar a eleição é uma aposta de risco, tanto quanto a apresentação de Juca para postular o Palácio Thomé de Souza – que teria confirmado presença na festa ao secretário estadual de Cultura, Jorge Portugal. De tantos nomes, o PT tem poucas opções factíveis nas urnas se comparado a disputas anteriores.


Lídice pode estar entre os postulantes ao Palácio Thomé de Souza | Foto: Agência Haack

Também figura carimbada na Lavagem do Bonfim, Lídice da Mata é outra pré-candidatura recorrente para retornar à prefeitura de Salvador. Baseia-se nos resultados das últimas duas eleições que disputou – ao Senado, em 2010, e ao governo, 2014, – para tentar viabilizar uma campanha e ser mais uma opção no leque de Rui Costa. É talvez uma das aptas a inviabilizar uma vitória em primeiro turno nas eleições de outubro. Com a popularidade em alta e perspectivas positivas, ACM Neto é o adversário a ser batido nas urnas. O trajeto até a Sagrada Colina é apenas um dos primeiros passos para consolidar a candidatura – ou para testar adversários. O resultado desse embate, no entanto, nem o Senhor do Bonfim é capaz de prever.