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‘O problema é a crise instalada’, compara presidente de CPMI de impeachment de Collor

Por Fernando Duarte

‘O problema é a crise instalada’, compara presidente de CPMI de impeachment de Collor
Rejeição de Dilma é similar à de Collor na época do impeachment | Fotos: ABr
O deputado federal Benito Gama (PTB-BA) não hesita em comparar o momento político do Brasil atual e os instantes antes do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992. Presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que culminou com a destituição do atual senador – pelo mesmo partido dele -, Benito aponta, no entanto, que há uma diferença básica: “No impeachment do Collor, começou o processo ainda sem ruas. E agora não, já está começando com as ruas, já favoráveis, não somente ao impeachment, mas a uma mudança profunda política no Brasil”. O petebista aponta uma movimentação contra a presidente Dilma Rousseff similar à vivenciada por Collor no passado. “O Fiat Elba era improbidade direta do presidente. A pedalada não é improbidade direta, é crime de responsabilidade fiscal”, justifica o parlamentar. Segundo ele, a tese de que as pedaladas aconteceram no mandato anterior acabou derrubada no começo de 2015. “Já repetiu janeiro e fevereiro”, sugere. Para o deputado, cujo partido faz parte da base aliada de Dilma, a vontade popular é pode impulsionar o processo. “Essa manifestação de 16 de agosto vai ser um bom balizador. No caso de Collor, começou o movimento popular no dia 7 de setembro e no dia 29 houve a votação na Câmara – 22 dias depois. As ruas estão falando mais alto do que o próprio processo interno, o que é grave”, indica.

 
Benito em 1992 e em 2015 | Fotos: Reprodução/ Veja/ Divulgação

Apesar de aliados da presidente classificarem qualquer conversa sobre impeachment como um “golpe”, a exemplo do governador da Bahia Rui Costa (PT), Benito encara com outro viés. “O problema é que como a crise está instalada, como houve descontrole da economia, político e a falta de liderança, tudo isso está levando a uma falta de sustentabilidade da presidente por si só. O Fora Collor o PT que patrocinou. Depois teve o Fora FHC quando Lula perdeu a eleição. Sempre tinha um fora. Quando eles assumiram é que tiraram o fora do dicionário deles [do PT]. É um mecanismo político que é superado: ninguém daria um golpe no Brasil. Ninguém vai fazer uma ruptura institucional”, compara. Benito, todavia, pondera que na Câmara Federal o resultado de um processo de impeachment ainda não está claro. “Ela precisa de 171 votos. O PT ela tem todo, o PCdoB talvez tenha todo, mas penso que nos outros partidos ela terá muito trabalho para completar. Agora se as ruas falarem alto, eu vejo que vamos ter uma crise forte no Brasil. Será um impeachment? Eu não sei”, divaga.