Babalorixá diz ter sido despejado de imóvel onde mantinha terreiro com socos e chutes

Devido a uma decisão judicial, o babalorixá Wilton Álvaro da Silva Júnior foi despejado, nesta sexta-feira (19), de seu imóvel, na Rua Bela Vista, em Itapuã, onde funcionava há 10 anos o terreiro de candomblé Zé Pilintra. Ele acusa policiais e família de proprietária de agir de forma violenta. "Há cinco anos a proprietária falou que queria a casa de volta. Eu tentei negociar e continuei pagando o aluguel, mas ela queria que eu saísse", revelou o babalorixá ao jornal Correio. Ele contou ainda que a proprietária não firmou nenhum acordo de aluguel nos últimos dois anos. "A proprietária se mudou para o Rio de Janeiro e não deixou nada acertado, nem uma conta para eu fazer o depósito, nem alguém para eu fazer o pagamento do aluguel". Para exigir que o babalorixá deixasse o local, familiares da proprietária, um oficial da justiça e policiais civis e militares foram até o imóvel nesta sexta. De acordo com o comandante da 15ª Companhia Independente da Polícia Militar (Itapuã), Carlos Humberto Moreira, a presença das autoridades tinha o objetivo de dar apoio ao cumprimento da decisão judicial. Contudo, o babalorixá afirmou que os policiais e a família da proprietária agiram de forma violenta contra ele. "Eles me deram tapas, socos e chutes. Quebraram minhas coisas, meus orixás e levaram meus móveis", disse. Os policiais afirmam que nada foi levado, enquanto o comandante garante que "não houve excesso".