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Ditador da Guiné Equatorial já financiou o Ilê Aiyê no carnaval de Salvador

Por Alexandre Galvão

Ditador da Guiné Equatorial já financiou o Ilê Aiyê no carnaval de Salvador
ACM Neto e o filho do ditador no Carnaval de Salvador
Principal financiador do carnaval da Beija-Flor, escola de samba do Rio de Janeiro que venceu o campeonato em 2015 com a ajuda financeira do país, o governo ditatorial da Guiné Equatorial já passou pela Bahia. Em 2013, o Ilê Aiyê – tradicional bloco afro de Salvador – teve o país como tema. Com a homenagem para lá de controversa, o vice-presidente do país, que, não por acaso, é filho do presidente-ditador e ministro da Guerra, esteve na capital baiana e promoveu o que jornalistas chamaram de “temporada nababesca”. De acordo com a Veja, Teodorin Nguema Obiang Mangue – o filho do ditador - passou o carnaval em Salvador, deu grandes festas privadas, foi fotografado com autoridades como o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB), e participou do desfile do bloco afro Ilê Aiyê, que saiu com o tema “Guiné Equatorial — da herança pré-colonial à geração atual”, em referência à luta contra a discriminação racial e à valorização da cultura africana na Bahia. À época, a Justiça francesa expediu mandado de prisão contra ele, no processo em que responde por lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos estrangeiros. No site do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), onde um chamamento para compositores interessados no tema participarem da homenagem é feito, o golpe dado pelo ditador da Guiné, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, é chamado de “Golpe de Liberdade”.


O ditador e o ex-presidente Lula

“Efetivamente o Golpe de Liberdade marca um grande rito, não só na história de Guiné Equatorial como, em geral, na história da humanidade. Não foi um simples golpe militar, como tantos outros na África, e sim uma verdadeira metamorfose social”, defende o trecho do livro da pesquisadora Carmela Oyono, reproduzido livremente na página ainda disponível. Teodoro Obiang Nguema Mbasogo assumiu o poder em 1979 – tornando-se assim o ditador mais antigo do continente africano. A Guiné Equatorial passou por uma virada em termos econômicos a partir da década de 1990, quando grandes reservas de petróleo foram encontradas no país –hoje, é o terceiro maior produtor da África subsaariana. O dinheiro que entrou, no entanto, não chegou à maior parte da população. Segundo a ONU, o IDH do país mede 0,556 e o coloca como 144º do mundo –é o último, na lista de 2014, entre os considerados de "médio desenvolvimento". Ainda de acordo com as Nações Unidas, menos da metade da população tem acesso a água potável e quase 10% das crianças morrem antes dos cinco anos. De acordo com o Uol, o dinheiro do petróleo pode não ter chegado aos bolsos da população, mas ajudou a fazer de Obiang um dos chefes de estado mais ricos do mundo – em 2006, sua fortuna chegou a US$ 600 milhões, de acordo com a revista Forbes. Os contatos com as petroleiras e os bancos americanos levou o filho do ditador, Teodorin, hoje vice-presidente do país, a Malibu (Los Angeles), onde ele teria comprado uma mansão de US$ 30 milhões, segundo o site 100Reporters. Além de ostentar em lojas de luxo como Dolce & Gabanna e Louis Vuitton, Teodorin ainda adquiriu relíquias de Michael Jackson, como a luva de cristais que o cantor usou na turnê "Bad", na década de 1980.