Efígie de autor que inspirou filme concorrente ao Oscar está esquecida em novo lugar na Barra
Por Luana Ribeiro
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Stefan Zweig ao lado da esposa, Lotte, que se suicidou com o marido em Petropólis/Foto: Arquivo/Casa Stefan Zweig
Desiludidos com as acusações de que teria escrito o livro a pedido do presidente e deprimidos com o sombrio contexto mundial em que se encontrava, ele e Lotte se suicidaram em 1942, em Petropólis, onde morou e escreveu sua biografia, “O mundo que eu vi”. Após o suicídio, cercado de controvérsias, o sepultamento foi realizado em Petropólis com honrarias de Estado, porém, não foi permitido o enterro em um cemitério judaico no Rio. A efígie em Salvador, inaugurada em agosto de 1943, é a mais antiga. O monumento tem dois metros de altura, possui medalhão em bronze, em uma coluna revestida de granito cinza. Outra foi instalada próximo a sua casa em Salzburgo, na Áustria, em 83. Em 2003, foi a vez da implantação de uma terceira, no Jardim de Luxemburgo, em Paris.
O antigo local onde a efígie estava, em frente ao Hospital Espanhol | Foto: Blog Salvador - CircuitoBarra
A biografia concluída no Brasil foi uma das principais referências da obra do austríaco no filme. “Isso é basicamente um plágio. Eu roubei muito de Zweig", disse o diretor, Wes Anderson, durante entrevista no Festival de Berlim. Outra inspiração, segundo o jornalista Alberto Dines, que é biográfo do escritor, foi "Cuidado da piedade", em que Zweig retrata a sua terra natal como "um país magnífico e o mais tolerante da Europa". Outra ligação com a Bahia é o filme "A Coleção Invisível", dirigido pelo francês radicado no estado, Bernard Attal, e baseado em conto homônimo de Zweig, em que o ator Vladimir Brichta interpreta o protagonista, Beto, dono de uma loja de antiguidades que decide fingir ser um curador de museu e visita a região cacaueira em busca de gravuras que podem ajudar a pagar as dívidas de sua família.
Cena de O Grande Hotel Budapeste, de Wes Anderson, inspirado na obra de Zweig /Foto: Divulgação