'Se ligue', diz Célia Sacramento sobre modelo de gestão de 'pão e circo'

Após ter se manifestado em sua página no Facebook sobre o aluguel dos equipamentos cedidos pela prefeitura nas praias de Salvador

, a vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento, divulgou um artigo em que trata do modelo de gestão do “Pão e Circo”, que “foi reproduzido, em outros moldes, por governantes de várias partes do mundo e se sucede nos dias atuais”. Além do Império Romano, ao qual remonta a expressão, Célia citou o período da escravidão. “Afinal depois de muito trabalhar e gerar lucro aos poderosos, permitir a festa possibilita ao trabalhador e seus familiares um momento de lazer e descontração, regado de muita cachaça, cerveja e outros”, afirma ela, que aponta ainda que a juventude é o principal usuário desse sistema. Como exemplo, a vice-prefeita menciona a evasão escolar, principalmente no turno vespertino e noturno, que “tem aterrorizado aqueles que compreendem o papel da educação”. “Dizer ‘tem escola e professor disponível e eles não frequentam porque não querem’, é fácil. Difícil é entender porque esses estudantes, dos estabelecimentos de ensino do município e do estado, até se matriculam, mas não permanecem na escola. A saída realmente é fechá-las?”, questiona. Ela lamenta também o fato da capital baiana não ter equipamentos e espaços suficientes para esses jovens ocuparem a mente nas férias, além da falta dos ginásios olímpicos, como o Antônio Balbino, conhecido como Balbininho. “Nele nossos jovens treinavam, participavam de campeonatos de boxe, natação, karatê, judô, etc. O ginásio foi demolido, em seu lugar temos uma moderna arena, por sinal de primeiro mundo”, diz. Célia elencou também os projetos da prefeitura voltados para esse público, como o Renova Salvador e o Jovem Empreendedor Social, além da programação de Réveillon deste ano, mas afirmou que o desafio da gestão é “conseguir proporcionar, neste verão e durante o ano, atividades positivas que possam ocupar a mente de muitos jovens que estão excluídos das políticas públicas de Salvador e em outras cidades do interior”. Ela usa o termo “geração nem nem” (nem estudam, nem trabalham) para definir esse público. Célia conclui o texto com a ressalva de que é preciso dar continuidade “às ações estruturantes da gestão ‘Sucesso Total’ que tomou posse em 01-01-2013”, mas que isto deve ser feito em paralelo ao “cuidado atencioso com a juventude que tem em seus indicadores um alarmante crescimento nas áreas de genocídio, DST/AIDS, desemprego, gravidez na adolescência e evasão escolar, que vai fazer a diferença”. “O modelo de gestão que você escolheu quando votou, não é de 'PÃO e CIRCO' como tradicionalmente existiu por aqui. Continue acompanhando, observando e criticando construtivamente e verás o legado de 'dias melhores para sempre'. Como eu e o poeta já o fizemos, se ligue: 'ideologia, eu quero uma para viver'”, encerra a vice-prefeita, que também convida a população a participar do projeto Ouvindo Nosso Bairro, da prefeitura.