Morte de Campos traz indefinição aos cenários políticos do Brasil e da Bahia
Por Fernando Duarte
Foto: AE/ Max Haack
Dirigentes do PSB ainda se recusam a falar sobre o assunto, mas a morte do candidato à presidente pelo partido, Eduardo Campos, desmontou o quebra-cabeças eleitoral montado até esta quarta-feira (13). Dos diversos cenários traçados, a ascensão da vice, Marina Silva (PSB/Rede), é apontada como um caminho natural – inevitável na avaliação de alguns -, porém o PSB precisa definir como lidar com a perda do expoente máximo do partido – além de candidato à Presidência da República, Campos também era presidente nacional da legenda. No curto tempo em que esteve em contato com a imprensa, Marina não falou sobre a sucessão presidencial. Limitou-se a lamentar a morte do companheiro de “10 meses de intensa convivência”. Em sua fala, a ex-senadora reforçou que aprendeu a respeitar, admirar e confiar em Campos, que, em uma jogada importante no tabuleiro político, trouxe Marina para o PSB após a frustrada tentativa de criação do Rede Sustentabilidade.
Foto: Eduardo Braga/SEI
Apesar de detentora de um patrimônio de quase 20 milhões de votos em 2010, a também ex-ministra do Meio Ambiente está longe de ter ascendência total sobre as lideranças socialistas. Em diversos estados-chave como São Paulo e Minas Gerais, divergiu – e perdeu – para as motivações políticas do então candidato ao Palácio do Planalto. Sem Campos, que possui doutorado político do DNA de Miguel Arraes, Marina não atrai as mesmas visualizações positivas de setores empresariais que tendiam a financiar o projeto do PSB para o plano federal. Enquanto o partido não decide o futuro político da campanha – o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou que a sigla tem 10 dias para recompor a chapa -, o instituto Datafolha anunciou mudanças na pesquisa eleitoral prevista para o final de semana. Ao invés de Campos, o certame trará Marina na disputa contra Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Por enquanto, não é possível afirmar se ela será candidata ou se a morte do presidenciável influenciará no pleito. A negativa das lideranças do PSB em falar do assunto, todavia, aumenta o que já era indefinido. E um novo quebra-cabeças começa a ser montado no plano federal.
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias