Sindimed questiona registro de frequência e diz que prefeito também devia bater ponto
Por Rebeca Menezes e Francis Juliano
Presidente reclama do processo de implantação. Foto: Divulgação
Uma portaria publicada nesta terça-feira (5) tornou obrigatório o registro de ponto, manual ou eletrônico, de servidores de saúde de Salvador. Publicada no Diário Oficial do Município, ela normatiza um processo que passou a ocorrer deste o início deste ano, em que a frequência dos funcionários é monitorada pelos gestores de cada coordenação a nível central, distrital ou de unidades de Saúde. Mas, para o presidente do Sindicato dos Médicos (Sindmed), Francisco Magalhães, a instalação não ocorreu como deveria. “Não somos contra o aferimento, mas contra a forma como foi colocado. A lei determina que seja feita uma negociação entre as partes e isso não aconteceu”, reclamou. Ele questionou, ainda, o fato de apenas os profissionais de saúde terem a frequência controlada. “Sempre se coloca o médico como vilão, mas cumprimento de carga horária é obrigação. Deviam cobrar dos outros seguimentos também, desde o prefeito até o seguimento mais simples”, cobrou. O secretário de Saúde, José Antônio Rodrigues, rebateu a alegação de que não houve negociação. Ele defende que o sindicato foi convidado por três vezes para debater a questão e recebeu, via e-mail, o regimento de utilização, mas nunca enviou a resposta. Além disso, segundo o secretário, pontos eletrônicos foram instalados em regime de teste por dois meses em unidades da Barra, Rio Vermelho, Brotas e Boca do Rio, para que o sistema pudesse ser adaptado. O titular da Saúde explicou que os equipamentos serão filmados 24h para que não haja dúvidas sobre os registros, além de informar que o programa permite que os funcionários recebam, por e-mail, a confirmação do registro. Segundo a assessoria da pasta, a intenção é instalar o equipamento eletrônico nos 12 distritos de saúde do município. Apesar de não ser unânime, a iniciativa parece ter tido efeitos positivos. De acordo com Antônio Farias, sub-coordenador do distrito do subúrbio, a unidade de Periperi foi a única da região a ter a ferramenta instalada e, apesar de alguns médicos se recusarem por não estarem acostumados, “houve melhora” no atendimento do local.
