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'Isso é um blefe', diz secretário sobre fechamento de empresas devido ao custo da energia

Por Luana Ribeiro

'Isso é um blefe', diz secretário sobre fechamento de empresas devido ao custo da energia
Foto: Tiago Melo/Bahia Notícias
O secretário estadual da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, negou que sete grandes indústrias instaladas na Bahia deverão fechar as portas devido ao alto custo da energia elétrica. “Isso é um blefe. Não existe isso, é uma chantagem que as empresas estão fazendo e irresponsavelmente”, declarou, ao acrescentar que “foram as empresas que desejaram ter um mercado livre para comprar energia”. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, em reportagem publicada nesta segunda-feira (3), sete fábricas ameaçam não renovar o contrato de fornecimento de energia com a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e, por isso, sair do Nordeste: Braskem, Caraíba, Dow Química, Ferbasa, Gerdau, Paranapanema e Vale. Todas tem unidades baianas. Nos contratos vigentes, com encerramento em junho de 2015, e que no total correspondem a 12% da capacidade de geração da Chesf, o custo do megawatt-hora (MWh) é de R$ 110. Para renová-los, a geradora quer reajustar os valores – atualmente, contratos semelhantes cobram a partir de R$ 300/MWh. Segundo Correia, uma reunião na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), com a participação do presidente da Chesf, Antônio Varejão de Godoy, discutiu o assunto já nesta segunda. “São empresas importantes e é inadimissível que se coloque a possibilidade de fechamento. Essa chantagem não vai contagiar nem o governo estadual, nem o federal. Essas empresas souberam há muitos anos quando o contrato iria acabar e não fizeram nada”, reclama.

De acordo com o titular da SICM, foi proposto o aproveitamento da energia eólica baiana como uma solução para o caso. “Nosso parque eólico tem um potencial enorme e o custo do megawatt [-hora] é de cerca de R$ 100. É tudo que elas desejam”, disse Correia. As empresas do setor também compareceram ao encontro. Para ele, a resolução do problema também envolverá a boa vontade das empresas, que juntas empregam diretamente 7 mil pessoas em todo o Nordeste. “Se elas pensarem com inteligência e não com oportunismo, de forma integrada com todos que querem resolver o problema, é plausível que se resolva. Vai resultar em aumento em algum momento, sim; o mercado cobra o dobro do preço que elas pagam. As empresas estão acostumadas com o subsídio, com a ideia de que alguém tem que pagar a conta”, argumenta. Segundo o secretário, o custo do MWh para residências é de cerca de R$ 600. “Se uma empresa diz que se não tiver jeito vai fechar as portas, eu vou tachar de incompetente. Se eu fosse dirigente e ouvisse isso, demitia o responsável. Você não pode colocar todo o futuro da empresa na mão do governo federal, na mão dos outros”, aponta. A Medida Provisória 641/2014, que retira da Chesf a responsabilidade de dispor energia para o mercado regulado e, assim, permite a negociação dos preços, é vista como uma das vias para dar conta do impasse. Na tentativa de aprovar a proposta no Senado, os congressistas Walter Pinheiro (PT-BA) e Romero Jucá (PMDB-RR) já levaram o projeto para a presidente Dilma Rousseff. “A negociação verdadeira é com o Executivo. Mandamos a proposta, mas ainda não temos retorno”, disse Pinheiro. Ainda segundo o petista, a energia elétrica representa cerca de 40% dos custos de produção das companhias. Nesta terça (4), o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), relator da MP na Casa, incluiu no texto a aditamento dos contratos por mais 20 anos, ou seja, até 2035. A decisão do peemedebista, no entanto, ainda não tem o aval do Planalto.