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Doleiro tem ligações com empreiteiras; diretor financeiro teria pago parte de repasse a Argôlo

Doleiro tem ligações com empreiteiras; diretor financeiro teria pago parte de repasse a Argôlo
Foto: Divulgação/OAS
Em análises de conversas e mensagens interceptadas pela operação Lava Jato, a Polícia Federal associou o apelido “Leitoso”, a Eduardo Leite, vice-presidente da empreiteira Camargo Côrrea, um dos alvos da investigação. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a PF também encontrou troca de mensagens entre o doleiro Alberto Youssef, apontado como líder de um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões, apurado pela operação, com o presidente da UTC/Constran, Ricardo Pessoa, e com o diretor-financeiro da OAS, Mateus Coutinho. A Camargo Corrêa é um dos focos principais pela participação no consórcio CNCC, que constrói a refinaria Abreu e Lima, que repassou R$ 29,2 milhões a empresas de Youssef. Já a OAS, pagou R$ 3,9 milhões a Youssef, sozinha ou em consórcio. A PF acredita que os pagamentos eram, na verdade, propina a políticos, já que as empresas do doleiro eram "fantasmas". As empreiteiras, no entanto, negam a interpretação. Pelas mensagens interceptadas, Leite era o mais próximo a Youssef: "Tô com um pepinão aqui na Camargo que você nem imagina. Cara me deve 12 paus [R$ 12 milhões ou US$ 12 milhões], não paga. Pior que diretor é amigo, vice-presidente é amigo".  

Já no caso da OAS, o deputado baiano Luiz Argôlo (SDD), apresentado pelo doleiro ao diretor-financeiro da companhia, exalta uma reunião com o executivo: "Foi do caralho, uma relação duradoura e séria". Youssef responde: "Gosta muito de mim. Me respeita como profissional". Ainda segundo a PF, Coutinho teria pago parte de uma comissão de R$ 400 mil repassada pelo doleiro a Argôlo. "Falei com Mateus. Vai liberar semana que vem. Uma parte dos 400", afirma Youssef, em 12 de março, cinco dias antes de ser preso. A OAS já foi delatada por ele em 2006, três anos após ser preso por operações ilegais com dólares. Segundo Youssef, ele remeteu R$ 1,07 milhão da empresa para contas no exterior do ex-prefeito Paulo Maluf. O fato é negado pelo político. O dinheiro teria sido desviado da construção da avenida Jornalista Roberto Marinho, na qual a OAS atuou. Ao doleiro, o presidente da UTC/Constran, no dia 31 de dezembro do ano passado, às 23h57, enviou uma mensagem de Feliz Ano Novo, dois meses depois de ter se reunido com Argôlo, por intermédio de Youssef. A construtora confirmou a mensagem de Pessoa à Folha, mas não comentou suas relações com o doleiro. Já o advogado da Camargo Correa, Celso Vilari, disse que "não pode comentar os vazamentos seletivos sem conhecer o contexto" e o consórcio CNCC afirma que "não há a menor procedência na acusação de sobrepreço do contrato em questão, executado a preços de mercado". A OAS não se pronunciou sobre o caso.