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Mulungu do Morro: Dentista, sobrinho do prefeito acumula funções na Prefeitura e no Estado

Por Felipe Campos

Mulungu do Morro: Dentista, sobrinho do prefeito acumula funções na Prefeitura e no Estado
Foto: Divulgação
Com uma confusa publicação no Diário Oficial do Município de Mulungu do Morro, cidade a 460 quilômetros de Salvador, na região de Irecê, a prefeitura local declarou um contrato com dispensa de licitação do cirurgião dentista Thiago Saldanha de Lucena Sande Vieira, sobrinho do prefeito Amauri Saldanha Lucena (DEM), no exorbitante valor de R$ 94.920. A publicação datada de 17 de novembro de 2011 fala em um contrato que se inicia em 3 de janeiro do mesmo ano para “profissionais especializados para prestação de serviços médico odontológico”. No entanto, além do caso claro de nepotismo, Thiago já é contratado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), como cirurgião buco-maxilo-facial residente no Hospital do Oeste, em Barreiras. Com a concessão de uma bolsa de R$ 2.338,06, o funcionário não pode ter nenhum outro vínculo público (seja federal, estadual ou municipal), sendo obrigado a se licenciar do cargo. Com o duplo emprego irregular, Thiago declara que trabalha oficialmente 60 horas em dois locais distantes um do outro em 468 quilômetros. “Na verdade, devido à própria necessidade, a gente trabalha lá [Mulungu do Morro]. A gente está fazendo 20 cirurgias por contrato mensal”, explicou o dentista, que afirma receber cerca de R$ 1.800 reais da prefeitura. Ele relacionou o episódio a denúncias políticas.

Publicação no Diário Oficial do Município (http://www.ba.portaldatransparencia.com.br/prefeitura/mulungudomorro/doe/) datado de 17 de novembro

Já o prefeito Amauri argumenta que preferiu contratar o sobrinho com dispensa de licitação devido à “dificuldade” que tem em achar médicos e dentistas dispostos a trabalhar na cidade. “Esse é um problema terrível. O custo da saúde está muito alto. É difícil contratar essas pessoas. Aí, ele como é sobrinho meu, veste a camisa, trabalhar para valer”, afirmou. Quanto ao valor declarado de mais de R$ 90 mil, o prefeito negou que este seja o montante - embora publicado no Diário Oficial de sua administração - e disse ser desinformado. “Se tem alguma irregularidade, eu não sei. O contador não me falou isso. Estamos aprendendo ‘na tora’”, admitiu.

Parte do edital que veta o vínculo com qualquer outro órgão público por parte da Sesab e o nome do sobrinho do prefeito, residente concursado do Hospital do Oeste, em Barreiras