Dauster é tratado como ‘tirano’ por comitê de bacia afetada com adutora no Zabumbão
Por Fernando Duarte
Foto: Cláudia Cardozo / Bahia Notícias
O secretário estadual da Casa Civil, Bruno Dauster, foi tratado como “tirano” pelo presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Paramirim e Santo Onofre, Anselmo Caires. Munido de documentos da Agência Nacional de Águas (ANA), Caires questionou o projeto da adutora que desvia recursos hídricos do açude Zabumbão para abastecer outros seis municípios, além dos já beneficiados, Paramirim, Tanque Nova, Botuporã e Caturama. “É um projeto maquiado. É uma tamanha irresponsabilidade”, atacou o gestor, também secretário de Agricultura de Paramirim. Segundo ele, a preocupação é com a garantia hídrica da região, pois, segundo dados obtidos junto à ANA, há mais de cinco anos o açude Zabumbão não atinge volume superior a 50% da sua capacidade. “O governo do estado atropelou todas as etapas. Solicitou a outorga preventiva à ANA, que concedeu, para fins de projeto. Como o dinheiro saiu, o estado quer porque quer o dinheiro. A ANA está sendo pressionada pelo governo do estado para dar um parecer definitivo favorável. Pode até ser mais uma obra inacabada. Vai liberar o dinheiro e no final não ter água, apenas vento”, reclama Caires, frisando não ser questão de bairrismo: “são 272 propriedades que podem ficar sem abastecimento”. Na última terça-feira (12), um encontro agendado pelo secretário da Casa Civil tentou convencer representantes municipais das benesses do projeto. “Quando a gente chega, vê o circo armado. O objetivo da reunião de ontem foi tentar formar soldados para defender o projeto com as lideranças”, atacou Caires. O resultado da reunião foi um manifesto encaminhado pelo prefeito de Paramirim, Júlio Bernardo, contra o projeto e um conflito, “inédito”, segundo Caires, no Comitê de Bacia do Rio São Francisco, do qual a bacia dos Rios Paramirim e Santo Onofre é a principal afluente na margem direita.
Açude Zabumbão está com 50% da capacidade | Foto: Focadoemvoce.com