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Alunos de Inhambupe saem da escola mais cedo pela falta de merenda escolar

Por Bruna Castelo Branco

Alunos de Inhambupe saem da escola mais cedo pela falta de merenda escolar
Fotos: Leitor BN
Desde o início deste ano letivo, os estudantes da rede pública do município de Inhambupe, na região do Litoral Norte e Agreste Baiano, estão tendo que sair da escola mais cedo para não ficarem com fome. A merenda escolar, direito dos alunos garantido por lei, não foi paga pela prefeitura sob a alegação de falta de recursos. De acordo com o vereador da oposição, Marcos Martins (PDT), “já são quase três meses de aula, mas as crianças estão sendo liberadas no horário do intervalo porque o município não está oferecendo a merenda escolar”. Pela falta de alimentação, as crianças acabam ficando sem condições de permanecer em sala de aula, o que pode prejudicar o calendário acadêmico das escolas. O vereador também declarou que, devido às dívidas do município, as empresas não querem participar do processo de licitação com receio de não serem pagas: “a gestão do município estava em dívida com os fornecedores do ano passado e por isso não se conseguiu confiança dos credores para participarem da licitação para o fornecimento deste ano”. Durante o ano de 2015, foi transferido o valor de R$ 111.272,00 para o município pagar a merenda, referente aos meses de março e abril. Inhambupe vem passando por uma crise orçamentária visível desde o início do ano. Na manhã de quarta-feira (13), a prefeitura divulgou um comunicado informando o cancelamento da festa de São João da cidade.
 

Professores protestam pelo atraso da merenda escolar / Foto: Leitor BN
 
Na tarde da última terça-feira (13), professores da Associação Brasileira dos Profissionais Liberais (APLB), pais e estudantes participaram de uma manifestação para cobrar a merenda escolar. O protesto ocorreu na Praça da Matriz, com todos os participantes vestidos de branco. Porém, de acordo com a assessoria da prefeitura, a manifestação ocorreu em reivindicação ao cumprimento do piso salarial dos professores – e não referente à merenda. Ainda segundo a assessoria, a prefeitura já contratou a empresa que fornecerá a alimentação, que já foi encaminhada para as escolas desde a última segunda-feira (11). A presidente da unidade APLB-Sindicato de Inhambupe, Janete Souza, reafirmou que o protesto se deu devido à situação da merenda, que, até então, não foi entregue a todas as escolas. “A manifestação não foi nem em sonho pelo piso salarial. A prefeitura quer desqualificar a manifestação”, explica. De acordo com ela, a categoria acompanhou a votação pelo cumprimento do piso salarial, o que já havia sido negociado entre a atual gestão do prefeito Benoni Eduard (PT) e o sindicato.
 

"Tem escola que não recebeu merenda, e tem escola que recebeu muita", afirmou a presidente da ABPL do município / Foto: Leitor BN

“Tem escola que não recebeu merenda, e tem escola que recebeu muita. Nós fizemos uma mobilização, não foi uma paralisação. Foi uma mobilização com pais dos estudantes pela conscientização da atual situação da educação, pontuamos questões referentes a isso”, esclarece a sindicalista. Ainda de acordo com Janete, a secretária da educação do município, Iranilda Figueiredo, deu uma ordem para que os alunos só fossem liberados às 11h, o que para a professora é inviável, já que os estudantes ficam com fome. “Não aguentamos mais ver criança com dor de cabeça, dizendo que está com fome”, dispara e continua: “compreendo que não está tudo na mão dela, mas ela agora está em um processo de oprimir a categoria". "A secretária chegou a afirmar que a manifestação é irregular, ilegal”, completa. O Bahia Notícias não conseguiu entrar em contato com a Secretaria da Educação. Para a professora, falta à gestão a posição de “reconhecer que o erro é da administração”. Segundo ela, a categoria vai lutar enquanto o problema não for resolvido, pois “a conscientização pela educação é um ato de cidadania”.