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Entrevista

José Raimundo, candidato do PT a prefeito de Vitória da Conquista

Por Francis Juliano

José Raimundo, candidato do PT a prefeito de Vitória da Conquista
Fotos: Divulgação
Ex-prefeito de Vitória da Conquista, José Raimundo (PT) tentará voltar ao cargo no próximo dia 30 de outubro. Na ocasião, a cidade realiza o segundo turno das eleições 2016 e elege o próximo gestor para mais quatro anos. Segundo colocado na primeira consulta, no dia 2 de outubro, José Raimundo é o entrevistado da vez do Bahia Notícias – assim como foi Herzem Gusmão, na semana passada. Na entrevista, Raimundo responde a questões como estiagem, segurança, PEC 241, corrupção, transporte público. O postulante também projeta como deve ser a relação com o governo federal, caso seja eleito, e defende as sucessivas gestões petistas à frente da cidade, incluindo as próprias, entre 2002 e 2008. “Temos reconhecimento público de que nestes anos todos nunca houve absolutamente nada contra as nossas administrações [...] Aqui somos reconhecidos como nomes éticos, que fizeram administrações éticas, que cuidaram bem do dinheiro público”, diz. Leia abaixo a entrevista completa.
 
 
Qual o tema que o senhor acredita que não foi bem explorado no primeiro turno, e por quê?
A campanha desta vez, principalmente, no rádio e na televisão, foi curta. E, nestes veículos, apresentamos a nossa caminhada, o que fizemos nesses anos. Também reconhecemos problemas, novos desafios e apresentamos propostas, principalmente, na área da segurança pública; na solução e melhoria do transporte coletivo; na questão do abastecimento de água; em obras estratégicas, como a construção da Barragem do Catolé e do novo aeroporto; na área da saúde e educação. Além, evidentemente, de outras questões que tratamos, como a crescente necessidade de construirmos na zona rural, uma estrutura hídrica, valorizando o homem do campo. E, para todos esses pontos, apresentamos propostas viáveis. Mas, evidentemente, todos esses temas foram tratados de forma panorâmica e, agora, no segundo turno, com mais tempo, vamos aprofundá-los para o cidadão. 
 
Um dos problemas que afetam a população de Conquista é a estiagem. Como a situação será resolvida caso o senhor seja eleito?
Essa questão, do ponto de vista programático de ação do nosso governo, já está se encaminhando para uma solução definitiva. Em primeiro lugar, porque em uma parceria entre governo do Estado e Embasa já foi feita a adutora do Rio Catolé, captando e direcionando a água para o sistema Água Fria 1 e 2. Além disso, uma obra complementar, a do Rio Gaviãozinho, está sendo executada para garantir o abastecimento de água para os próximos dois anos. E, com a regularização das chuvas, esperada entre o final de outubro e fevereiro, teremos condição de trabalhar tranquilamente no início da construção da Barragem do Rio Catolé. A Embasa tem sido cobrada e o governo do Estado tem viabilizado todos os meios necessários para garantir para os próximos anos uma estabilidade e segurança hídrica para a cidade.
 
A segurança pública, que é papel do estado, também pode ser enfrentada pela prefeitura. Quais as ações que podem ser feitas a partir de 1° de janeiro de 2017?
Aquelas que se referem ao Município porque, como dito, na área repressiva/ostensiva a responsabilidade é do Estado. Enquanto deputado, em parceria com o governador Rui Costa, trouxemos para Conquista o Comando Regional, uma companhia independente para a segurança e patrulhamento da zona rural, um batalhão de operações especiais e o esquadrão de motociclistas. Como prefeito, vou instalar câmeras nas escolas, nos condomínios do Minha Casa Minha Vida e nos locais públicos, interligadas ao Centro de Monitoramento de Segurança do Estado; além de instituir a Guarda Municipal e criar o Gabinete de Gestão Integrada de Segurança. Além disso, fortalecer a nossa rede de programas sociais, sob a ótica preventiva, especialmente, para aquelas áreas onde há maior vulnerabilidade social. 
 

 
 
A provável aprovação da PEC 241, que congela investimentos públicos por até 20 anos, deve afetar a gestão das cidades, no sentido da diminuição de recursos. Quais mecanismos o senhor vai usar para manter serviços essenciais de saúde e educação e, além disso, fazer investimentos nessas duas áreas?
Reconheço a necessidade de um equilíbrio fiscal, mas essa medida provisória é uma grande ameaça e vai destruir as conquistas históricas nas áreas da saúde, da educação e dos problemas sociais. Saúde e educação são funções compartilhadas. São funções que têm o cofinanciamento do governo Federal, do governo do Estado e do governo do Município. E, é claro, que as consequências negativas decorrentes desse corte será grande. O que faremos é racionalizar cada vez mais a administração, planejar melhor nossas ações nessas áreas, potencializar nossas receitas próprias e otimizar os gastos públicos. Além das transferências fundo a fundo, vamos buscar parcerias com o governo do Estado, por meio de editais, chamadas públicas e programas para garantirmos recursos suplementares, e emendas parlamentares para outras ações.
 
O tema da corrupção foi trazido com mais ênfase nas eleições deste ano. Muitos acreditam que de forma concentrada no PT. O fato de o senhor ser do Partido dos Trabalhadores pode trazer implicações negativas no segundo turno e em uma provável gestão sua?
Do ponto de vista nacional, estamos vendo o exagero e a forma como os setores da mídia têm tratado essa questão. Evidentemente, queremos que todos aqueles que tenham culpa pelas suas ações sejam julgados conforme a lei. Agora, o que nós não concordamos é que políticos de outros partidos não sejam também indiciados e que nem seja dada a mesma visibilidade que a imprensa tem dado contra a gente. A possibilidade disso se refletir numa futura gestão nossa? Pelo contrário. Acho que o povo de Vitória da Conquista confia no nosso projeto, na nossa conduta. Temos reconhecimento público de que nestes anos todos nunca houve absolutamente nada contra as nossas administrações. Nem contra as gestões de Guilherme, nem contra as minhas gestões, nem de nossas lideranças partidárias, nem dos partidos ligados a nós. Aqui somos reconhecidos como nomes éticos, que fizeram administrações éticas, que cuidaram bem do dinheiro público.
 
Conquista tem duas empresas de transporte público. Como o senhor avalia a prestação desse serviço e o que pretende fazer para oferecer mais opções no setor para população?
O transporte coletivo é uma concessão da prefeitura e é ela quem normatiza. Nesse momento, uma das empresas está sendo acionada pela prefeitura para melhorar a qualidade dos serviços e cumprir o que foi posto no edital. Com relação à melhoria do transporte público uma série de medidas será adotada, desde a construção de um terminal de transbordo, no atual Terminal da Lauro de Freitas, que possa integrar todas as linhas no centro da cidade. Teremos a construção de novas avenidas, com ciclovia, sinalização e condições para dar maior trafegabilidade aos veículos, principalmente, ao transporte coletivo. Já há recursos para intervenções nos corredores de transporte. Qualquer alternativa, qualquer solução de futuro vai passar por um estudo, um acompanhamento rigoroso e sistemático das demandas, das necessidades e das alternativas. 
 

 
Com o alinhamento do PMDB ao governo Temer, caso seja eleito, o senhor prevê dificuldades com a União? Dessa forma, a opção será concentrar os esforços na gestão de Rui Costa?
Pelo cenário que se desenha, com a aprovação da Emenda 241, as transferências voluntárias vão se tornar cada vez mais rarefeitas. Temos aí já um pacote de serviços, uma série de contratos feitos com a Caixa Econômica, com o governo federal que estão em andamento, como por exemplo, o convênio do Estado para a conclusão do aeroporto, o convênio do Estado para a barragem do Catolé – obras estratégicas para a cidade. Há ainda o contrato da prefeitura para viabilizar obras de mobilidade urbana. Além disso, temos parceria com o governo do Estado em algumas ações setoriais. E vamos procurar. Também temos o apoio da bancada federal da Bahia, dos nossos deputados federais, senadores, de todos os partidos que compõem o nosso arco de aliança em Conquista. Muitas linhas de ação do governo federal são linhas de estado e não linhas de governo. E essas linhas nós vamos aproveitar independente de quem seja governo, como fizemos no passado.