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Entrevista

Herzem Gusmão, candidato do PMDB a prefeito de Vitória da Conquista

Por Francis Juliano

Herzem Gusmão, candidato do PMDB a prefeito de Vitória da Conquista
Fotos: Divulgação
Única cidade na Bahia a ter segundo turno, Vitória da Conquista decidirá no próximo dia 30 de outubro, quem será o novo prefeito da cidade a partir de janeiro próximo. Os conquistenses escolherão entre Herzem Gusmão (PMDB) e José Raimundo (PT). Como forma de valorizar o debate político, o Bahia Notícias vai postar entrevistas com os dois postulantes. O primeiro a responder às perguntas do BN é Herzem Gusmão, que liderou os votos válidos no primeiro turno. Na entrevista, o pmdebista responde a temas como estiagem, segurança, PEC 241, corrupção, transporte público, e comenta como será a relação do prefeito eleito com os governos estadual e federal. Em uma das declarações na entrevista, Gusmão acusa as gestões petistas de falirem quatro empresas de transporte público. "O PT ao longo dos 20 anos conseguiu quebrar quatro empresas: VCL, Passaredo, Serrana e Vitória ", diz. Leia abaixo a entrevista na íntegra.


Qual o tema que o senhor acredita que não foi bem explorado no primeiro turno, e por quê?
Não tenho como citar apenas um tema. No primeiro turno, o espaço de apenas 2 minutos e 32 segundos para o programa de rádio e TV foi muito pouco. E as diretrizes são tratadas de maneira superficial. Ressalto, porém, que utilizamos bem as redes sociais. Neste segundo turno, com oito minutos para cada candidato, teremos a oportunidade de mostrar, detalhadamente, as nossas propostas de governo que são simples e exequíveis. 
 
Um dos problemas que afetam a população de Conquista é a estiagem. Como a situação será resolvida caso o senhor seja eleito? 
Ao longo dos 20 anos de governo, o PT prometeu a construção de duas barragens que não foram efetivadas. Vitória da Conquista precisa de urgência, urgentíssima, da construção da barragem do Rio Catolé, que já tem projeto e licença ambiental aprovados. Em visita à Brasília recentemente, estive com o ministério da integração Nacional, Helder Barbalho, e o deputado Lucio Vieira Lima, que solicitou, e o ministro acatou, que a cidade de Vitória da Conquista fosse relacionada nas obras prioritárias para o próximo ano. Mas eu diria que a solução definitiva virá do Rio Pardo, com a edificação de uma grande barragem que possa trazer benefícios não só para Conquista, mas para várias cidades que estão no sudoeste da Bahia. 
 

 
A segurança pública, que é papel do estado, também pode ser enfrentada pela prefeitura. Quais as ações que podem ser feitas a partir de 1° de janeiro de 2017?
Pretendemos promover um estudo de viabilidade para a implantação de uma secretaria de segurança pública e com a criação de uma guarda municipal armada. Além desta medida, a prefeitura necessita com urgência melhorar as condições das escolas, proporcionando aos jovens esporte, lazer, e atividades culturais. O grande exemplo vem de Medellín, na Colômbia, que saiu de cidade mais violenta do mundo para mais criativa, eleita em 2013, tendo à frente ações da Secretaria de Cultura. Como eu ouvi do secretário municipal de Cultura de Medellín, Jorge Melguizo, em uma palestra recente, “não existem cidades violentas. Existem cidades violentadas”.  
 
A provável aprovação da PEC 241, que congela investimentos públicos por até 20 anos, deve afetar a gestão das cidades, no sentido da diminuição de recursos. Quais mecanismos o senhor vai usar para manter serviços essenciais de saúde e educação e, além disso, fazer investimentos nessas duas áreas? 
Não tenha dúvida que a PEC é uma medida para enfrentarmos esse momento de crise no país. Mas a própria PEC já permite o investimento de mais 10% para a saúde e outros 10% para a educação. Os estados e municípios vão ter que se adaptar à esta realidade, que não foi implantada pelo novo governo. Ficou provado na gestão petista à frente do Brasil, que a corrupção e os desmandos administrativos contribuíram decisivamente para a falência do país, gerando 12 milhões de desempregados na pátria. Eu não tenho dúvidas que o controle da corrupção e a utilização responsável dos recursos públicos poderão contribuir para o enfrentamento da crise gerada pelo PT. 
 
O tema da corrupção foi trazido com mais ênfase nas eleições deste ano. Muitos acreditam que de forma concentrada no PT. O fato de o senhor ser do PMDB, um dos partidos também citados na Operação Lava Jato, pode trazer implicações negativas no segundo turno e em uma provável gestão sua?
Estou muito confiante e sei que os tesoureiros que estão presos não integram a nossa agremiação. O PMDB governa o Brasil e o presidente Temer, apesar de ainda não gozar de popularidade, com as suas medidas conseguiu acalmar os mercados interno e externo, elevou a Bolsa de Valores, promoveu a queda do dólar e já sinaliza o crescimento do PIB em mais de 1%. As últimas medidas na construção civil, com a retomada do Minha Casa Minha Vida e, em especial para a Bahia, a retomada da Fiol [Ferrovia de Integração Oeste-Leste], por certo contribuirão para dias melhores. No Brasil, o PT foi rechaçado em 70% dos municípios. E, em Vitória da Conquista, não foi diferente. Mais de 70% dos eleitores votaram para retirar o PT do governo, no primeiro turno. Então, estamos confiantes e cientes que a população da minha terra quer um novo modelo de gestão.
 

 
Conquista tem duas empresas de transporte público. Como o senhor avalia a prestação desse serviço e o que pretende fazer para oferecer mais opções no setor para população? 
Pretendo, se eleito, regulamentar o funcionamento do transporte feito pelas vans, de forma equilibrada. O PT ao longo dos 20 anos conseguiu quebrar quatro empresas: VCL, Passaredo, Serrana e Vitória. Em Salvador, cidade que possui 2,7 mil ônibus do transporte urbano convencional, convive com o transporte alternativo regulamentado sem conflito. O transporte coletivo haverá de avançar, porque continua parado no tempo. Vamos promover um estudo de viabilidade para a implantação de BRT/VLT. Feira de Santana já está quase concluindo o BRT, cujo investimento foi na ordem de R$ 100 milhões, com o apoio do governo federal. É bom registrar que a cidade de Sobral, no Ceará, implantou o BRT com apenas 180 mil habitantes desde 2006.
 
Com o alinhamento do PMDB ao governo Temer, caso seja eleito, o senhor vai dispensar o apoio do Estado, já que pode conseguir verbas através da influência do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima?
Continuaremos mantendo as relações institucionais e a cidade de Vitória da Conquista estará aberta para as boas ações do governo estadual. É uma pena sabermos que o PT também quebrou a Bahia e hoje não consegue pagar sequer os terceirizados. Mas confesso que a minha confiança está depositada no governo federal, onde temos dois grandes representantes da Bahia: o ministro Geddel Vieira Lima, na Secretaria de Governo e o deputado federal Lúcio Vieira Lima. Pretendo buscar também apoio junto aos deputados estaduais e federais que visam o grande projeto de retomar a Bahia em 2018.