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'Ordinárias' e 'inocentes': MP pede retirada de placas de banheiro em shows do É o Tchan

'Ordinárias' e 'inocentes': MP pede retirada de placas de banheiro em shows do É o Tchan
Foto: Divulgação

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) quer impedir que os organizadores do 'Ensaio do É o Tchan' e os estabelecimentos que sediam o evento não preguem em banheiros ou quaisquer outros espaços placas indicativas que contenham “expressões ofensivas e discriminatórias contras as mulheres”.  Na recomendação do MP, é requerido aos responsáveis pelo ensaio, ao Clube Espanhol, ao Terminal Marítimo de Salvador e a quaisquer estabelecimentos que abriguem ensaios ou shows da banda. A recomendação foi expedida na segunda-feira (13), pelas promotoras de Justiça Márcia Teixeira e Lívia Vaz, respectivamente coordenadoras do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (Caodh) e do Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher e da População LGBT (Gedem). O empresário do grupo musical, Luís Carlos Adan, comunicou hoje ao MP, oficialmente, que cumprirá a recomendação. No último dia 29 de outubro, o MP tomou conhecimento que, durante uma apresentação do grupo, havia placas nos banheiros masculinos e femininos com as seguintes placas: “banheiro dos inocentes” e “banheiro das ordinárias”. Para Márcia Teixeira e Lívia Vaz, as placas indicativas dos sanitários femininos “ferem, ainda que indiretamente, a dignidade das mulheres, uma vez que o termo 'ordinária', dentre outros significados, designa a mulher que não presta, que gosta de se exibir para os homens”. Na recomendação, as promotoras apontam que os estabelecimentos que acolhem o evento podem ser considerados responsáveis solidários pelos atos ilícitos praticados, à luz dos artigos 12 e 14 do Código do Consumidor. A promotora de Justiça Márcia Teixeira destacou que a luta contra a violência simbólica contra a mulher é uma das bandeiras prioritárias do Ministério Público baiano. “Esse trabalho vem sendo realizado desde 2007, com a propagação do conhecimento, de campanhas e outras ações sobre o tema dos direitos das mulheres e estereótipos. Os movimentos sociais de mulheres – negras, lésbicas, trans e feministas – estão mais atentos às violações dos direitos e as denúncias chegam em maior número para o MP, que analisa e adota as providências”, afirmou.