TJ implantará PJE no 2º Grau para mandados de segurança; OAB tem receio de lentidão
Por Cláudia Cardozo
Tamiride Monteiro, representante da OAB-BA | Foto: Angelino de Jesus/ OAB-BA
O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) vai instalar o Processo Judicial Eletrônico (PJE) no âmbito de 2º Grau a partir de 17 de julho. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (8), durante a reunião do Grupo de Trabalho para gestão do PJE, coordenado pelo desembargador José Olegário Caldas. Inicialmente, o sistema funcionará apenas para os mandados de segurança das câmaras isoladas, plantão judiciário e derivados. Já no dia 7 de agosto, o PJE será ampliado para as classes originárias de competência cíveis e sessões cíveis. Já no dia 21 de agosto, o sistema estará disponível para Presidência e demais desembargadores que integram o Tribunal Pleno. O cronograma ainda não foi oficializado por decreto. O PJE de 1º Grau já foi instalado em 17% das varas cíveis, o que corresponde a 223 unidades. O PJE foi desenvolvido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Atualmente, mais de 40 sistemas de processo eletrônico estão em operação no Brasil. Segundo Olegário, ainda é necessário implantar o sistema nas varas criminais, o que acontecerá quando o CNJ disponibilizar o módulo criminal do PJE. Para ele, o sistema vai reduzir o tempo de tramitação dos processos e dará maior controle efetivo dos prazos processuais. Porém, para a presidente da Comissão de Informática Jurídica da Ordem dos Advogados do Brasil –Seção Bahia (OAB-BA), Tamiride Monteiro, o tribunal não está pronto para instalar o PJE no 2º Grau. “Já temos quatro sistemas rodando: o Saipro, o PJE de 1º grau, E-Saj e o Projudi. Seria um 5º sistema de processo eletrônico. Os quatro primeiros já têm uma grande dificuldade em manusear. Um 5º demandaria mais tempo de treinamento e capacitação de serventuários, o que deixaria o tribunal mais lento”, avalia. No interior, os processos físicos estão sendo digitalizados para serem lançados no PJE de 1º Grau. Para Tamiride, “os processos físicos deveriam morrer físicos”. Além de deixar mais lento o Judiciário, a presidente da comissão diz que, com a digitalização, servidores, estagiários e até voluntários poderão ter acesso a processos que correm em segredo de Justiça, por exemplo. Ela diz que a OAB desconhece os requisitos e critérios mínimos para fazer a digitalização.
Desembargador José Olegário | Foto: TJ-BA