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Pesquisa aponta que Salvador é a pior cidade em atendimento a crianças de rua

Pesquisa aponta que Salvador é a pior cidade em atendimento a crianças de rua
Pesquisa foi apresentada na Defensoria | Foto: DP-BA
Uma pesquisa realizada pela doutora em estudos sobre a infância Juliana Prates aponta que Salvador apresenta a pior estrutura de redes de atendimento a crianças e adolescentes em situação de rua. A pesquisa "O impacto da rua na vida dos adolescentes" foi realizada com 111 jovens de Salvador, Porto Alegre e Fortaleza entre 2012 e 2016. O resultado foi apresentado na tarde desta segunda-feira (29), durante o 7° encontro temático do Grupo de Estudos Acolher, da Curadoria Especial da Defensoria Pública da Bahia (DP-BA). Na pesquisa, foi constatado que a rua é um dos principais refúgios de jovens que se encontram em extrema situação de vulnerabilidade, seja em casa, por motivos de morte dos pais e violência, seja para fugir de conflitos ocasionados pelo tráfico de drogas. A pesquisadora afirma que jovem morador de rua tem a vida impactada diretamente por essa situação. "É aquele indivíduo que passa boa parte de sua vida na rua, que trabalha e mantém com ela relações de proximidade. A pesquisa busca entender os fatores de risco e proteção que afetam o desenvolvimento destes jovens e verificar os motivos que o levaram aquela situação", afirma a pesquisadora. Dentre os jovens entrevistados, com idade entre nove e 11 anos, 80,5% eram do sexo masculino o que, segundo a pesquisadora, reflete a realidade das ruas das cidades. "As meninas, quando adentram a rua, vêm de uma situação de extrema violência. É a última opção para elas", indica. O período longo da pesquisa permitiu que mais questões sobre a situação dos jovens fossem respondidas. "A rua não é apenas um fator de risco, mas, muitas vezes, um fator de acolhimento que o adolescente procura quando já vive uma vida de violência e violações dos direitos. A criança só procura a rua quando já teve uma experiência prévia com ela e se sentiu acolhido de alguma forma" ressalta. Sobre a realidade de Salvador, Juliana Prates afirma que a cidade é referência no país, mas o atendimento ainda é precário e que os pesquisadores da área enxergam uma “ausência de capacidade da rede de proteção para manter atualizados os seus dados". Ela também diz que a cidade é “muito hostil à população de rua”. “Uma vez que a instituição deixa de estar presente para atender o indivíduo que precisa é suficiente para que essa pessoa que precisa da instituição não confie mais", lamenta.