Defensora denuncia situação de moradores de rua em SSA: 'não temos mais abrigo nenhum'
Por Cláudia Cardozo
Foto: Fernando Amorim/ Ag. A Tarde
A situação dos moradores de rua de Salvador está ainda pior do que a denunciada em junho do ano passado, pela Defensoria Pública da Bahia, às vésperas dos jogos da Copa do Mundo na cidade, quando a prefeitura foi acionada por promover uma 'higienização' na área da Fonte Nova e remover moradores de rua com jatos d’água. De acordo com a defensora pública Fabiana Almeida Miranda, autora da ação civil pública contra Prefeitura de Salvador por remover moradores de rua com jatos d’água, afirma que a situação agora está pior, em relação as unidades de acolhimento. “A situação está pior do que a época, em relação às unidades de acolhimento, porque nós tínhamos unidades, até bem pouco tempo, abrigo em Roma, e as unidades de acolhimento em Itapuã e Pau da Lima, os chamados hotéis sociais”, conta a defensora. Fabiana Almeida afirma que os dois abrigos de Roma foram demolidos para a construção de um anexo das Obras Sociais Irmã Dulce, e que as outras unidades foram ocupadas por desabrigados das chuvas que atingiram a cidade no último mês. “As unidades de Itapuã e Pau da Lima estão sendo utilizadas para abrigar essas pessoas. Hoje, praticamente, não temos mais abrigo nenhum, não há vaga para pessoas em situação de rua”, afirma. Fabiana afirma que a Prefeitura, através da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), prometeu abrir novos abrigos para receber as pessoas em situação de rua e dar encaminhamento para os desabrigados, a fim de desocupar os hotéis sociais de Itapuã e Pau da Lima, mas que não há datas para que isso seja feito. A promessa, segundo ela, é de que será feito “o quanto antes”. A defensora diz que a chuva agrava ainda mais a situação de vulnerabilidade de quem mora nas ruas da cidade.
Defensora Pública Fabiana Almeida | Foto: Reprodução
Foto: Max Haack/ Bahia Notícias