Contra PEC da Bengala, Ayres Britto diz não gostar de ver exercício de cargo prorrogado
Por Rebeca Menezes/ Cláudia Cardozo
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O ministro aposentado Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF), que recebeu o título de cidadão baiano na manhã desta sexta-feira (8), afirmou que é contra a PEC 457/05, mais conhecida como PEC da Bengala, que foi promulgada nesta quinta-feira (7). O ministro, um dos últimos a se aposentar no STF, poderia ser um dos beneficiados com a medida, caso ela tivesse sido aprovada antes de 2012, quando presidiu o Supremo por apenas sete meses. Em novembro daquele ano, ele teve que se aposentar compulsoriamente, por ter completado 70 anos. Nesta manhã, o ministro aposentado afirmou, “com toda sinceridade”, que não gosta da medida, e que seu tempo “chegou”. “Já dei o meu recado. Acho que não perdi a viagem. Digo, sem auto lisonja, sem pretensão de me auto elogiar, que eu não me simpatizo muito com prorrogação de exercício de cargo de comando estatal, de membro do Poder. No fundo, eu não gosto muito de ver membro do Poder, com o exercício do seu cargo prorrogado. Eu acho mais republicano chegar naquele limite, que existia quando você se investiu nele, no cargo”, pontua. O ministro ainda disse que agora, ele é “cidadão baiano de direito, porque de fato, eu já me sentia tão cidadão sergipano quanto o baiano”. “Sergipe e Bahia se entrecruzam aqui no meu coração, a partir da minha ascendência: meu pai, sergipano, minha mãe, baiana. Os dois se conheceram aqui e casaram aqui, e foram morar em Sergipe”, conta.