Vale será investigada por casos de trabalho escravo
Funcionários terceirizados foram submetidos à trabalho escravo. Foto: Reprodução
O Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais (MPT-MG) irá investigar caso de exploração de trabalhadores terceirizados envolvendo a mineradora Vale. Recentemente, o Ministério Público do Trabalho e Emprego (MTE) interditou o canteiro da empresa na Mina do Pico, em Itabirito, Minas Gerais, após 309 motoristas terem sido submetidas a condições análogas às de escravo. Os funcionários eram contratados da empresa Ouro Verde. Eles trabalhavam em condições degradantes, sofriam ameaças e tinham que fazer as necessidades fisiológicas na estrada, não podendo trocar de roupa ao fim do expediente. Os contratados também cumpriam jornadas de trabalho exaustivas. Um relato mostrou que um motorista dirigiu por 23 horas seguidas, com apenas um intervalo de 40 minutos. Em outro caso, um motorista trabalhou do dia 14 de dezembro a 11 de janeiro sem nenhum dia livre, nem mesmo os feriados de Natal e de primeiro de janeiro. Ao todo foram registrados 2.777 turnos com carga horária acima do permitido pela legislação trabalhista. O procurador do Trabalho Aloísio Alves, que recebeu denúncias sobre irregularidades na Ouro Verde afirmou que “foram muitos os casos de não concessão das horas de repouso entre os turnos, isso tipifica o artigo 149 do Código Penal, que é reduzir alguém a condição análoga à de escravo”.