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Telma Britto e Mario Alberto Hirs agradecem apoio em retorno ao TJ; Eserval Rocha não se pronuncia

Por Cláudia Cardozo

Telma Britto e Mario Alberto Hirs agradecem apoio em retorno ao TJ; Eserval Rocha não se pronuncia
Britto encarou retorno como "se fosse meu 1º dia na magistratura"
Os desembargadores Mario Alberto Hirs e Telma Britto, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) se pronunciaram publicamente nesta quarta-feira (30), após o retorno as suas atividades judicantes, determinadas através de liminar pelo ministro Ricardo Lewandoswki, do Supremo Tribunal Federal (STF). Diversos desembargadores se manifestaram durante o início da sessão plenária desta quarta e falaram sobre a injustiça que os desembargadores sofreram ao serem afastados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Era muito esperado que o presidente da Corte, desembargador Eserval Rocha se pronunciasse, mas quando a palavra lhe foi dirigida, preferiu chamar os primeiros processos da pauta de julgamento. A desembargadora Telma Britto afirmou que recebeu palavras “de apoio, amizade e carinho” de amigos, magistrados, servidores, advogados, e até mesmo do povo. “Recebi desde o primeiro momento do famigerado afastamento o apoio da magistratura inteira, e por isso, o que eu disse aqui agora, vale também para a magistratura de primeiro grau. Não nos faltou, em nenhum momento apoio. Não nos faltou, em nenhum momento, uma palavra que nos dissesse: acreditamos em vocês. Isto conforta. Não me cabe agora, até em respeito ao CNJ, aqui, queiramos ou não, é o segundo órgão na hierarquia do poder judiciário, tecer críticas ou considerações desairosas, ou o que quer que seja, por mais que discorde de alguns posicionamentos. A mim, me cabe respeitar e lutar para que a verdade, a minha verdade, também seja ouvida. É fato que nós não divulgamos acusações e defesas. Fizemos isso em respeito às decisões. Mas de logo me prontifico a disponibilizar para qualquer um, particularmente, tudo o que foi dito contra nós, e tudo o que dizemos em nossa defesa. Felizmente, a magistratura nacional acordou, porque o apoio, a surpresa, a estranheza com tudo o que aconteceu, não se restringiu na Bahia. As manifestações também vieram de fora, dos mais jovens, dos mais velhos, de advogados, de servidores, de gente do povo, de gente que não nos conhecia a fundo, mas que pela forma como se divulgou, julgando pela imprensa magistrados, uma mácula. Sentiram que havia algo de errado. Já no retorno, com aquela festa espontânea maravilhosa, dos senhores dos servidores, dos magistrados de primeiro grau, falo por mim, mas tenho certeza que sente igual o desembargador Mário, porque sofremos as mesmas injustiças. Mas nosso coração se alegrou, e de certa forma, tudo aquilo me preparou para receber com mais disponibilidade de espírito a carta que ontem me encaminhou o desembargador Osvaldo. Me disse ele que agisse como se fosse o meu primeiro dia no ingresso na magistratura. Esquecendo tudo. É o que eu vou tentar fazer, até em homenagem em todos aqueles que acreditaram em mim“, declarou a desembargadora.



Hirs disse que em nenhum momento teve "raiva e rancor, até mesmo de seus algozes"

O desembargador Mario Alberto Hirs também agradeceu as palavras dos colegas de toga, e disse que não se acha merecer digno das recepções. “Sou um homem comum, um homem simples, nada tenho, a não ser a amizade dos senhores e a benção de Deus”, afirmou. Ele leu um texto, de um autor não divulgado, que falava sobre caminhar juntos e afirmou que a magistratura é desunida. “Nós somos desunidos, nós estamos dispersos, nós somos covardes. Essa é a verdade. E talvez por tudo isso, é que coisas como a que aconteceram acontecem, e voltam a acontecer. Sem dúvidas”. Segundo Hirs, em nenhum momento ele teve “raiva e rancor, até mesmo de seus algozes”. “Se não me falha a memória, foi a desembargadora Silvia que disse que quando uma injustiça acontece, da forma como foi, todos poderão ser vítimas da justiça. Essa dispersão, esse sentimento ególatra, esse ensimesmamento de alguns que se acham semi-deuses, dono da verdade é que nos destrói, que nos fazem fracos, passivos. Eu prometi que não ia tocar nesse assunto, mas confesso que certas horas, eu não consigo me controlar, por isso, mais uma vez, agradeço a todos senhores as homenagens”, afirmou o magistrado.