Odebrecht é denunciada por trabalho escravo; MPT requer condenação de R$ 500 milhões
O grupo empresarial Odebrecht foi denunciado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por manter 500 trabalhadores em condições análogas à escravidão na construção de uma usina em Angola. A ação civil pública foi apresentada na última sexta-feira (13) à Justiça do Trabalho de Araraquara, no interior de São Paulo, e foi assinada pelo procurador do Trabalho Rafael de Araújo Gomes. A ação requer que a Odebrecht pague indenização de R$ 500 milhões por danos morais coletivos. Os dirigentes da empresa e suas subcontratadas também poderão responder pelo trabalho escravo na esfera criminal. O MPT notificou a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) para que os dirigentes respondam criminalmente pelo ato. O órgão teve conhecimento da exploração de mão de obra escrava depois de uma reportagem da BBC Brasil revelar os maus tratos na obra da usina Biocom, na província de Malanje. A Odebrecht só se pronunciará após ser notificada judicialmente. Figuram como rés na ação três empresas do grupo: a Construtora Norberto Odebrecht (CNO), a Olex Importação e Exportação e a Odebrecht Agroindustrial (antiga ETH Bioenergia). De acordo com a BBC Brasil, os operários da usina dizem ter sido submetido a maus tratos na construção da Biocom, entre 2011 e 2012. Em fotos, são demonstradas as péssimas condições de higiene no alojamento e refeitório usados pelos trabalhadores. Eles também relataram que os passaportes foram retidos por superiores após o desembarque em Angola, e eram impedidos de deixar o alojamento. Muitos, segundo os relatos, adoeciam por causa das más condições de higiene.
Poço de água servida aos operários