Em resposta a João Paulo, Barbosa diz que condenados devem ficar no ostracismo
Por Agência Estado
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, criticou nesta segunda-feira (27) o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), condenado pelo mensalão. Para o magistrado, "condenados por corrupção devem ficar no ostracismo" e não ter espaço em "páginas nobres" de jornais. As declarações, feitas em sua chegada a Londres, foram uma resposta ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, que em entrevista publicada neste domingo (26) disse que o magistrado fez um "gesto de pirotecnia" ao decretar sua prisão no início de janeiro, mas não assinar o mandado. "Excluindo a falta de civilidade, humanidade e cordialidade do ministro, foi um gesto de pirotecnia", disse o deputado, referindo-se à decisão tomada por Barbosa no dia 6, véspera de suas férias, quando ele decretou a prisão, mas não assinou o mandado - segundo o magistrado, por falta de tempo hábil. Barbosa frisou que Cunha foi condenado por 11 ministros do STF. "Não faz parte dos meus hábitos, nem dos meus métodos de trabalho ficar de conversinha com réu”, reiterou. O magistrado criticou ainda a imprensa por entrevistar os condenados. "A imprensa brasileira presta um grande desserviço ao país ao abrir suas páginas nobres a pessoas condenadas por corrupção. Pessoas condenadas por corrupção devem ficar no ostracismo. Faz parte da pena", entende. Na sexta-feira (24), o advogado de João Paulo, Alberto Toron, já havia atacado o presidente do STF por não assinar o mandato, ao dizer que Barbosa estava “confortavelmente dando seu rolezinho em Paris".