Presidente do Sinpojud abrirá reclamação no CNJ por ausência de concurso para cartórios
Por Cláudia Cardozo
Maria José | Foto: Sinpojud
A presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário da Bahia (Sinpojud) Maria José, afirmou nesta terça-feira (3) que vai abrir uma reclamação contra o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por não realizar o concurso para os cartórios extrajudiciais no estado. A declaração foi dada ao Bahia Notícias durante a reunião da Comissão Especial da Mesa de Articulação do Sistema Judiciário da Bahia. De acordo com Maria José, o a situação dos cartórios extrajudiciais que não foram privatizados continua caótica. A responsável pela entidade de classe afirma que o presidente Mario Alberto Hirs "falhou" ao suspender o edital que previa a realização do concurso, publicado no mês de agosto. “Se houve falhas, que republicasse três dias depois, já que reconheceu o erro”, avaliou. Ela diz que a realização do processo seletivo depende da assessoria do presidente da Corte, e que ela acredita que “o desembargador Mário Alberto esteja muito mal assessorado, porque eu o conheço, tem muita boa vontade de fazer alguma coisa pelo Judiciário”. Maria José ainda acha que o tribunal não quer “perder a arrecadação cartorária, que está 100% com o tribunal” e o serviço continua sendo mal prestado, sem funcionário, sucateado, com cartórios que não têm computador. “Cada assessor, cada desembargador, para ir trabalhar, entra no seu carro, com ar condicionado, com motorista, a noite vai para casa, as dificuldades que enfrentam é os engarrafamentos que todos estão enfrentando, mas o servidor fica ali. A sociedade perde a cabeça, quer bater, quer xingar, quer empurrar, e nem assessor de presidente, de desembargador, são empurrados, nem xingados. Eles estão pouco se lixando para esse pessoal”, reclamou. Já sobre a situação dos oficiais de Justiça, a sindicalista diz que "é uma vergonha" o TJ-BA arrecadar R$ 75 de taxa de diligência e repassar somente R$ 19,80 aos oficiais. Ela explica que o oficial recebe R$ 5 do TJ para custear o transporte para cumprir a ordem Judicial, se ele conseguir cumprir o mandado, recebe o restante do dinheiro, se não, fica somente com os R$ 5. Maria José diz que inviável para os oficiais de Justiça trabalhar de ônibus e cumprir três mandados por dia, por causa do engarrafamento.