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Juiz diz que ação do Coren para proibir fantasia de enfermeira transborda um moralismo repressor

Por Niassa Jamena

Juiz diz que ação do Coren para proibir fantasia de enfermeira transborda um moralismo repressor
O juiz federal da Subseção Judiciária de Juazeiro, no norte baiano, Eduardo Gomes Carqueija, autorizou, na última quinta-feira (10), que o bloco carnavalesco “As Poderosas” utilizasse como tema para o carnaval juazeirense de 2013 a fantasia de enfermeira. A decisão foi uma resposta à Ação Civil Pública, movida pelo Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren), que pedia uma liminar que proibisse o uso da indumentária. O Conselho argumenta que o fato do bloco de travestidos usar roupa de enfermeira “cria uma situação extremamente vexatória a todos os profissionais de enfermagem e associa a imagem dos enfermeiros à prática de atividades eróticas, deturpando as ações de enfermagem tão necessárias perante situações de verdadeiro risco à integridade física do paciente.” Segundo o Coren, a liminar impediria que esses danos viessem a acontecer. No entanto, o magistrado negou o pedido. Na decisão, Carqueija ressalta que “a temática do desfile do referido bloco há de ser compreendida no contexto de uma festa carnavalesca (...). É, assim, ambiente propício a piadas, inversões, fantasias, encenações e até protestos.” E finaliza: “o que a petição inicial transborda é, sim, um moralismo repressor e um totalitarismo incompatível com o valor maior da liberdade. A construção de uma sociedade livre ainda é um dos objetivos da República Federativa do Brasil.” Veja aqui a decisão.