Caso Maria Clara: Mãe da menina abre reclamação no CNJ contra juíza que determinou repatriação
Por Cláudia Cardozo
Fotos: Arquivo Pessoal
No próximo dia 19 de setembro, completará nove meses que a menina Maria Clara deixou o Brasil para ser repatriada em Portugal, após decisão da juíza substituta da 11ª Vara Federal da Bahia, Ana Carolina Dias Lima Fernandes. A mãe da menina, Adriana Botelho, abriu uma reclamação disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a magistrada pelos atos praticados no processo que tratava sobre a busca e apreensão da criança. Adriana reclama que a juíza concedeu uma tutela antecipada, na véspera do recesso forense e sem antes promover uma audiência para escutar as partes, bem como que o prazo comprometeu a celeridade no exercício do direito de recurso. Além disso, ao antecipar os efeitos da tutela, não observou que não havia qualquer pedido da União para repatriar a menina, e não analisou os danos psicológicos a criança e aos familiares. A reclamação lembra que a prestação jurisdicional não pode ser exercida de maneira arbitrária de modo a causar um dano irreversível as partes. Ainda ressalta que a magistrada concedeu a tutela em desacordo com a Lei Orgânica da Magistratura (Loman). A ação reclamatória afirma que além de conceder a tutela antecipada, ainda decidiu extrapetita ao repatriar Maria Clara em Portugal, já que o processo inicial da União pedia o deferimento de uma medida cautelar para proibir que a mãe e a menina se ausentassem do país. A reclamação requer que o CNJ apura os fatos e instaure um processo administrativo disciplinar para aplicação de uma penalidade contra a juíza Ana Carolina Dias Lima Fernandes.