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Entrevista

'Pé de meia': Como contribuir com INSS pensando no futuro e em investimento financeiro?

Por Camila São José

'Pé de meia': Como contribuir com INSS pensando no futuro e em investimento financeiro?
Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias

Ao contrário do que se pensa, o planejamento da aposentadoria deve estar no radar de todos os profissionais já no início da carreira e ingresso no mercado de trabalho. Então, como os jovens podem planejar o futuro? Como adequar o valor de contribuição à previdência social de acordo com a realidade econômico-social?

 

Essas e outras perguntas são respondidas pelo coordenador da Pós-Graduação em Prática Previdenciária da Faculdade Baiana de Direito, auditor fiscal da Receita Federal, doutor em Direito Público pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e autor de diversas obras sobre o direito previdenciário, Ivan Kertzman em entrevista ao Bahia Notícias.

 

A contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pode começar a feita com um apenas um clique ou aquela “rolagem” na tela do smartphone, navegando pelos aplicativos dos bancos ou próprio INSS. Isso vale, principalmente, para a contribuição mínima de 11% e uma dica valiosa, como aponta Kertzman, para os profissionais de baixa renda.

 

 

Mais do que pensar em um futuro confortável financeiramente, Ivan Kertzman destaca que a contribuição com o INSS pode ser vista como uma espécie de investimento financeiro. “Se você se planejar bem para a previdência social, isso pode ser um belo de um negócio”, destaca.

 

“As pessoas estão investindo em CDB, CDI e a previdência pode ser mais rentável financeiramente, se ele [o trabalhador] contribuir corretamente”, endossa.

 

 

Em um cenário cada vez mais comum de mais um vínculo de trabalho, os profissionais precisam estar atentos ao teto de contribuição ao INSS, que atualmente é de R$ 7.786,02 - valor máximo que um contribuinte individual pode pagar mensalmente para a previdência social sem perder os benefícios previdenciários.

 

Quem atua como microempreendedor individual (MEI) ou micro ou pequena empresa, e também tem função no regime CLT (carteira assinada) deve estar atento à questão do pró-labore.

 

 

No período pós-pandemia, o cenário das novas relações trabalhistas e a chamada “uberização” do trabalho se consolidaram. Diante disso, entram em debate as questões de contribuição previdenciária de profissionais como os motoristas de transporte por aplicativo.

 

No começo do mês de março, o governo federal enviado ao Congresso Nacional proposta para instituir contribuições previdenciárias dos motoristas e das empresas operadoras de aplicativos. Conforme o texto do projeto de lei complementar, esses percentuais serão de 7,5% (motoristas) e 20% (empresas) do salário de contribuição (R$ 8,30/hora). As operadoras ficarão responsáveis pelo recolhimento de ambas as contribuições. O projeto também estabelece que as mulheres motoristas tenham direito ao auxílio-maternidade.

 

No entanto, a ideia tem gerado reações negativas da categoria que em parte não deseja ter o vínculo empregatício reconhecido com as empresas.

 

 

Outra forma de poupar o dinheiro e incrementar a aposentadoria no futuro é optar pela previdência privada. Segundo Ivan Kertzman, esse é um meio de “disciplinar” os trabalhadores a não mexerem no valor investido sem o devido propósito.

 

Conforme o professor, o primeiro passo para escolher o plano de previdência privada ideal é estar atento à renda. Existem dois tipos de planos: o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre). “Ambos são modalidades de poupança forçada, digamos assim, mas têm sistemas diferentes”, destaca.

 

Ainda há os tipos de fornecimento de previdência privada: o fechado, que são os fundos de pensão, oferecidos pela empresa apenas a seus funcionários por meio de uma fundação; ou aberto (previdência individual), disponível a qualquer pessoa em bancos ou corretoras.

 

“O meu recado é sempre visualizar a previdência social de duas maneiras: uma como proteção, nunca ficar de fora da previdência, sempre manter a qualidade de segurado por ela e mesmo as pessoas que pensam 'eu não preciso disso porque eu já tenho renda', avalie ela como investimento financeiro e veja a taxa de retorno que a previdência pode lhe dar porque pode ser um excelente negócio”, alerta.