Em nova fase, Millane diz que não voltaria para Timbalada: ‘Foi mais difícil que imaginei’

“O público é muito engraçado, as pessoas viraram juízes com a internet. Fiquei realmente preocupada, pensando que eles iriam me massacrar, mas me surpreendi, pois, na minha saída, muitos sentiram falta. O tempo que fiquei foi de conquista, como é em tudo na vida. Quando cheguei, sabia que seria difícil, apesar de ter sido mais que imaginei”, admite Millane. Quando aceitou fazer parte da Timbalada, no final de 2016, a alagoana não imaginava que sua vida viraria uma montanha-russa. Apresentada como nova vocalista, a cantora enfrentou resistência por parte dos timbaleiros desde a chegada e, com isso, sua trajetória de sete meses foi marcada por altos e baixos. “No primeiro momento, fui muito bem orientada. Conheço a banda, sou fã e entendia os preceitos. Fui chamada para mostrar ao público o que era a Timbalada, pelo menos, o que entendo como fã: pregar a fraternidade, união e respeito ao próximo. Entrei nesse intuito”, contou ao Bahia Notícias. Durante o papo, ela revelou que não ficou abalada com as críticas. “Quem agiu de forma desrespeitosa, não recebeu resposta. Não reagi, pois cada um pensa do jeito que quer. Entrei, cantei e cumpri o que tinha pra fazer. A minha chegada foi por merecimento. Fiz audições e fui contratada. Foi de forma honesta. Quando digo que foi pior do que imaginei, me refiro a algumas pessoas sem noção, sabe? Pessoas que tentaram me agredir até fisicamente. Sou um ser humano e todo mundo erra, contudo qualquer coisa que fizesse era visto como a morte”, relembra.

Apesar dos descontentamentos, Millane não deixa de reconhecer a importância da Timbalada na sua carreira e vida. “Vou levar alegria, ainda mais respeito ao meu público e a energia da percussão, além dos ensinamentos do Brown. Hoje, conheço infinitamente mais sobre o Candomblé e Umbanda e vou reverberar a paixão baiana pela música. Contudo, o que a Timbalada mais me ensinou a ter força”, enaltece e reitera: “Foi muito gratificante, fui fazendo minha parte aos poucos e sei que consegui o respeito de muita gente. Saí na paz, não teve briga. Torço muito por eles que ficaram. As pessoas que não me acolheram na entrada, era esperando que ficassem felizes com minha saída e, por isso, espero que estejam contentes com a nova formação”, realça. Questionada se aceitaria voltar caso tivesse oportunidade, ponderou: “Acho que não. Poderia ir como uma participação, afinal fiz parte da história. Contudo, já contribuí com o que tinha. Agora, a história da banda segue com outros personagens. A cantora Millane serviu o tempo que precisava e isso é a banda. A Timbalada é formadora de artistas”, assegura. Quanto aos possíveis saudosos, ela acalma: “Se pedirem músicas no meu novo show, terão. Cantarei os timbais com todo o meu respeito, né? Gente, tive apenas a honra de cantar na banda”, brinca orgulhosa.

Passado o tumulto da entrada e posterior saída da Timbalada, Millane Hora mostra-se pronta para virar a página. Prova disso é que a cantora apresentou ao público sua mais nova proposta de trabalho: o CD promocional “É Tempo de Festa”, que traz o forró como aposta. “Sou uma cantora de MPB, mas comecei minha história com o forró. A gente vive de cantar. Então, as possibilidades que Deus opera nas nossas vidas, a gente vai trilhando. O ritmo que escolhi para levar nos próximos meses, seguindo um pouco a lógica do minha região, que é Alagoas, é o forró e a música sertaneja. Sou nordestina e vou fazer valer as minhas raízes”, argumenta. Para os próximos passos, ela programa dois singles, sendo que uma das faixas contará com uma participação especial. “Ainda é surpresa. Vou fazer o lançamento desse material autoral em novembro. O show está sendo pensado para o verão e o que irei levar para os palcos”.  O álbum "É Tempo de Festa" conta com regravações de “À Vontade” (Ivete Sangalo), “Baldin de Gelo” (Claudia Leitte), “Revoltada” (Sol Almeida) e muitas outras. O disco está disponível no Sua Música para download.