Reunião do Conselho do Carnaval tem bate-boca tenso entre empresários do Cheiro e Siri com Todi

sexta-feira, 05/12/2014 - 08h30

Por Rafael Albuquerque

Reunião do Conselho do Carnaval tem bate-boca tenso entre empresários do Cheiro e Siri com Todi

Cassini Monteiro e Windson Silva

O clima não foi dos mais amenos durante a assembleia do Conselho Municipal do Carnaval, que aconteceu na manhã desta quarta-feira (3), em Salvador. O momento era para definir a ordem dos blocos na fila do Carnaval 2015. A tensão foi maior quando o advogado e empresário Cassini Monteiro, presidente do bloco Siri com Todi, reivindicou o 2º lugar na fila na quinta, sexta e sábado de Carnaval no circuito Dodô (Barra-Ondina). O problema é que alguns empresários reclamaram e afirmaram que por ter ficado diversos anos sem desfilar a agremiação teria que ir para o fim da fila (segundo regra do Comcar, o bloco que fica um ano sem desfilar desce uma posição na fila; se ficar dois anos sem desfilar o bloco vai para o fim da fila). Windson Silva, empresário do Grupo Cheiro e presidente da Associação de Blocos de Trios de Salvador (ABT), se exaltou e explicou que é contra a decisão do Comcar – ainda na época em que Fernando Bulhosa era presidente - de aceitar a volta do Siri com Todi em lugar privilegiado na fila. De acordo com ele, mesmo que voltasse não poderia ser todos os dias: “não poderia desfilar na sexta e sábado, já que antes desfilava na quarta e quinta de carnaval. Ou seja, se é pra voltar a desfilar, que seja no mesmo dia. Como não existe mais quarta, teria que ser só quinta”. Cassini rebateu em alto e bom tom ao afirmar que Windson “advoga em causa própria”. Após um bate-boca no meio da assembleia, quando ambos se levantaram, trocaram acusações e se estranharam, os ânimos foram acalmados e a assembleia voltou a acontecer.

Em conversa com nossa reportagem, Cassini explicou a situação: “Nós retornamos ao desfile em 2008. Isso após briga de cinco anos de disputa na Justiça. A disputa pela marca Siri com Todi foi travada com o Bicho da Cara Preta, empresa de Cal Adan”. O empresário afirmou que em 2005 saiu uma decisão a seu favor e o retorno à fila foi solicitado ao Comcar, que colocou o bloco, somente em 2008, no último lugar da fila. Por isso a disputa pelo cobiçado segundo lugar continuou. “Como nos colocaram em último, estramos com uma denúncia no Ministério Público, através do Gepan (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa) e da promotora Rita Tourinho. O MP recomendou, em 2011, que voltássemos ao lugar de origem na fila, que seria o 2º”

O advogado relata que após reunião do Comcar em 2012, que Windson esteve presente, mas não assinou a ata, ficou decidido que o Siri com Todi poderia voltar ao lugar de origem e também foi dado dois anos de carência para que voltasse a desfilar. A Associação de Blocos entrou com nova denúncia contra nós no MP, mas não foi aceita. Posteriormente, o Comcar concedeu nosso retorno para 2014, em assembleia geral, sem perda da posição de uma vaga (quem fica um ano, perde uma posição; quem fica dois anos sem desfilar volta para o fim da fila) tendo em vista que a não saída do bloco foi por conta de processo ilegítimo e denúncia recusada pelo MP feita pela ABS e outros”. Cassini salientou que na quarta-feira antes do Carnaval deste ano a ABA e ABT entraram com ação na 6ª Vara para retirar o Siri com Todi da 2ª posição. “O juiz não aceitou a liminar. Na segunda instância, o desembargador João Pinto afirmou que a ABA e ABT não têm competência para definir vagas. Afirmou que isso cabe ao prefeito, pois trata-se de concessão pública”. O empresário finalizou ressaltando que o Siri com Todi, instituição sem fins lucrativos e que nunca cobrou pela fantasia, está confirmado no Carnaval 2015 e consta na programação oficial da festa.

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