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Entrevista

Solange fala sobre novo forró: 'Que façam pelo menos metade do sucesso que Aviões faz'

Por Aymée Francine

Solange fala sobre novo forró: 'Que façam pelo menos metade do sucesso que Aviões faz'
Cantora do Aviões falou sobre os 13 anos de banda. Foto: Divulgação
O Aviões do Forró irá realizar, nesta quinta-feira (02), um evento beneficente em Alagoinhas, terra natal de Solange Almeida - vocalista do grupo. Em entrevista ao Bahia Notícias, Sol contou sobre a emoção de fazer essa festa para seus conterrâneos e falou sobre os 13 anos de banda, passando pelas críticas recebidas por Dominguinhos e recentes comparações com Wesley Safadão. "Eu acho que existe o forró antes e depois do Aviões. Temos uma grande responsabilidade no forró que hoje se encontra aí. O forró nunca viveu um momento tão bom, com tantos artistas novos surgindo aí. A maior prova está aí com Wesley fazendo esse sucesso grande, a Simone e a Simária, que são As Coleguinhas, também fazendo sucesso", disse a cantora. Confira a entrevista completa!
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Cantora comanda show gratuito em sua cidade natal, Alagoinhas, nesta quinta (2) Foto: Divulgação

 
BN: O Aviões irá fazer um show beneficente, em Alagoinhas, sua terra natal. Qual a emoção de tocar para seus conterrâneos com uma proposta tão legal?
A ideia surgiu através de Dorgival Dantas. Ele já faz esse show beneficente na cidade dele há alguns anos, no Rio Grande do Norte. E Xand que fez a primeira edição esse ano. E eles me encorajaram, disseram: “Sol, porque você não faz também na sua cidade?”. E aí eu resolvi tomar coragem, né? De fazer a festa em meio a tantos outros shows. Mas eu tive a ajuda da prefeitura, que tá me ajudando muito, tive apoio total da prefeitura e de tantos outros amigos. Aí ficou mais fácil, né? Eu tô muito feliz, muito emocionada em poder voltar e poder proporcionar a tanta gente que não tem condição de ir a um show pago. Porque assim, a pessoa vai ter condições de assistir ao show pagando um valor, de certo modo, irrisório. Porque, tipo assim, você vai curtir um show do Aviões, em qualquer outro lugar, uma festa de camisa, você gasta, não sei, 200, 100 reais em um show. E lá você vai apenas gastar duas latas de leite, e vai estar ajudando as pessoas que mais precisam. Acho que foi uma sacada legal.
 
BN: Vocês já têm um destino específico para as doações?
Eu não sei direito quais são as instituições, mas eu mesmo vou fazer as entregas entre 09h e 12h. Eu mesmo quero fazer as entregas, mesmo tendo show, no mesmo dia, em Sergipe, eu quero fazer isso.
 
BN: O que o público de Alagoinhas pode esperar para essa festa? Vimos que vários convidados como Alinne Rosa, Babado Novo e Seu Maxixe, estão confirmados na festa...
Vai ter show de Mari Antunes com o Babado Novo. Vai ter show de Torres da Lapa também. Inclusive eu queria agradecer muito a todos porque estão indo, todos, sem cobrar cachê. Foi um presente que me deixou muito feliz. Todos estão engajados nessa festa solidária comigo e com o Aviões, queria agradecer de coração a todos. Alinne Rosa, Danniel Vieira e Seu Maxixe, que vão fazer participação comigo e também não cobraram cachê. Estou muito agradecida. Vai ter muita animação, né? Muita animação, alegria, muita música, claro. Vamos fazer um repertório supernovo. A gente ganhou a música do São João agora com “Fiquei Sabendo” [Troféu Danado de Bom, TV Correio, Entregue na festa de São João em Caruaru, Pernambuco]. A gente ficou muito feliz, porque é votação popular, tivemos quase 70% dos votos. Então é isso aí, vamos fazer sucessos nossos, de outros artistas, cantar hit antigos. Esse ano a gente tá fazendo 13 anos de carreira, vai ter muita coisa boa.
 

BN: O Aviões, em seus 13 anos de história, mudou o que o Brasil conhecia por forró. Foi a primeira banda a fazer sucesso após o boom do forró romântico de Calcinha Preta, Magníficos e outroS. Como você se sente, sabendo que vocês fazem, definitivamente, parte da história de um ritmo tão importante para o país. O que você acredita que pode vir pela frente?
Poxa, a gente fica tão feliz com isso. Porque o forró já existe há tanto tempo, e eu acho que as coisas se modernizam, né? Desde o forró dá década de 90, com o Mastruz, que eu acho que foram os precursores desse movimento eletrônico novo. E eu também acho que existe o forró antes e depois do Aviões. Temos uma grande responsabilidade no forró que hoje se encontra aí. E eu acho também que o forró nunca viveu um momento tão bom, com tantos artistas novos surgindo aí. A maior prova está aí com Wesley Safadão fazendo esse sucesso grande, a Simone e a Simária, que são As Coleguinhas, também fazendo sucesso. E outros artistas. Eu acho que o forró nunca viveu uma fase tão boa. E eu acho que tem muita coisa ainda pra acontecer. Tem muita coisa boa pra surgir. O que eu queria mesmo de verdade é que o forró pudesse ser unido, que algumas pessoas parassem de olhar tanto para o seu umbigo, de achar que o mundo gira em torno de si.

BN: O que você acha das críticas por parte dos forrozeiros “pé de serra” direcionadas ao forró “elétrico” ou mais animado que o Aviões toca?
Eu acho lamentável, gente. Tudo se moderniza, nada fica estável, sabe? A críticas vão surgir sempre. Uma das que mais me abalou, na época, foi a crítica de Dominguinhos, que Deus o tenha. Mas ele voltou atrás quando nos conheceu. E eu ouvi da própria boca de Dominguinhos, quando ele chegou e disse que tinha cometido um dos maiores erros da vida dele, que foi ter nos julgado. E ele convidou a mim e ao Xand pra cantar com ele. Infelizmente a gente não teve como, mas ele veio até o palco cantar conosco. E ele chegou pra nós e, já doente, bem debilitado, e disse: “talvez no ano que vem eu já não esteja mais aqui”. Ele confessou pra mim isso no camarim. E ainda disse: “vocês vão dar continuidade ao forró que Luiz Gonzaga começou e que eu continuei. Vocês vão ser a continuidade disso”, ele disse. Então, porque eu vou me incomodar com meia dúzia de gente que fala merda? Entendeu? Assim, eu tô fazendo meu trabalho, Xand tá fazendo o dele, os novos que estão chegando estão fazendo também. Acho que tá todo mundo fazendo o seu, ganhando seu dinheiro. Sou contra, realmente, algumas coisas que acontecem, mas eu vou fazer o que, né? Eu tô fazendo o meu, o que eu acho que tenho que fazer. Eu lamento, eu sinto muito. Mas é como eu te disse, as coisas se modernizam. Eu tô aqui, tenho quatro filhos pra criar, não tô roubando, não tô matando, tô fazendo o meu trabalho. E viva o forró! Que o forró viva por muito tempo, é o que eu tenho a dizer.
 

BN: O Aviões, como sempre é uma das bandas mais requisitadas do São João na Bahia. Esse ano não foi diferente e vocês tocaram em várias cidades. Já deu para descansar após a festa?
Menina, se eu lhe contar que a gente só parou dois dias.... Eu cheguei de viagem e tive que vir em casa. Porque eu adoeci um pouco, e tive que vir em casa para ir ao médico e cuidar da saúde mesmo. Agora, em Alagoinhas, tenho que cumprir a agenda de divulgação. Vou fazer rádio, ver amigos, essa coisa toda. Mas a banda já volta agora em julho. Mas a gente até que deu uma parada esse ano, você acredita? Acho que foi o ano em que a gente trabalhou menos. Acho que a gente prezou mais pela nossa qualidade de vida. A gente vê que não vale tanto a pena o sacrifício, sabe? A gente se sacrifica tanto, já fez tanta loucura de fazer três shows, na correria, arriscando a vida. Mas até quando isso vale a pena? Então a gente optou por diminuir essa quantidade de show, prezou por essa qualidade de vida da gente e por dar uma qualidade de show melhor para o público. Se você faz um show é massa. Faz o segundo e também consegue ser legal, você ainda consegue retribuir o carinho do público. Mas no terceiro você tá uma merda, está uma porcaria e você não consegue retribuir. Aí você deixa a desejar, o público começa a falar ‘ih, o show de Aviões foi uma porcaria’. Ai não dá certo isso. Aí gente prezou, realmente, por descansar mais, ter uma qualidade. Isso até gerou rumores, as pessoas falaram algumas bobagens por aí. Mas quem tem sua boca fala o que quer, né? A gente optou por essa qualidade. Pararmos mais um pouco, ter um descanso a mais.
 
BN: Então esse ano deu para ficar um pouco mais tranquilo, né?
Deu sim! Foi corrido, a gente fez 30 shows, se eu não me engano. E teve o DVD também. Mas pra quem já fez 48, fazer 30 é uma diminuída considerável. Mas julho a gente já têm 24 ou 25 shows fechados, eu acho. 
 
BN: No dia 08 de agosto, vocês realizam mais uma edição do Aviões Privilége em Salvador. Qual a expectativa para o evento? Qual o segredo para esgotar os ingressos tanto tempo antes do evento?
Acho que é a qualidade de tudo, sabe? Acho que é muito bom. É um evento diferente. É um weekend. Você está no hotel, na qualidade, tudo ali na mão, Comida boa, serviço bom. E você tem uma banda boa na sua carinha, no seu quartinho. Tem coisa melhor? Você curtir 3h30, 4h de aviões na varanda do seu quarto? Tem coisa melhor não. É só correr pro abraço.
 
BN: Já tem previsão para o lançamento do DVD gravado recentemente?
Acho que não demora muito não! Uma das nossas maiores preocupações foi essa. Eu creio que no final de agosto ele deve estar nas lojas. Porque dessa vez a gente prezou por isso. Dessa vez a gente gastou quase três vezes mais do que a gente costumava gastar, mas, em compensação, a demora era muito grande. Teve DVD que demorou quase uma gestação pra sair. Mas nesse não. Nesse o prazo estipulado foi de no máximo dois meses, dois meses e meio. Então acho que não vai demorar. Isso foi uma promessa da Joana Matzuqueli e do Dudu Borges. Foi uma promessa deles, então acho que em agosto está nas lojas, se Deus quiser. Mas foi lindo demais, um espetáculo.
 

 
BN: Ele tem mais inéditas, ou um pouco de história do Aviões?
Não, por incrível que pareça ele só tem duas músicas conhecidas pelo público, que são ‘Fiquei Sabendo’ e ‘Lei da vida’. As outras 14 faixas são inéditas. São 16 ao todo. E foi um DVD que a gente optou por não ter participação de outros artistas... acho que pela ocasião. A gente quis fazer uma coisa diferente, sabe? Fizemos a pool party, que nunca tínhamos visto nenhum artista fazer. E a gente queria realmente fazer um DVD que não tivesse participações, os outros todos tiveram. “Bom, não vamos chamar ninguém não? Pra ninguém atribuir o sucesso do DVD a participação de fulano". E o negócio ficou bonito viu, filha? Ficou bonito demais, Ave Maria. Ficou lindo.
 
BN: Depois de vocês surgiram muitas bandas, como o ‘Garota Safada’, que hoje é o Wesley Safadão. Acreditamos que eles são os únicos que conseguem “bater de frente”, de certa forma, com o Aviões. Vocês enxergam essa relação como uma concorrência?
Não acho que ‘bate de frente’ não. Acho que tem espaço pra todo mundo. Não encaro isso como ‘bater de frente’. A concorrência é sempre boa, porque você sai da zona de conforto, entendeu? Eu acho que ele é um grande artista, tem muita coisa pra viver. Ele vem ralando há muito tempo, agora ele conseguiu. Nós estamos no sucesso há 13 anos, e eu espero que ele consiga manter esse sucesso por 13 anos com a gente mantém. Desejo sorte a ele. Como eu disse, ele é um grande artista, acho que tem muita coisa pra viver. Espero que ele tenha sabedoria e serenidade pra ele continuar fazendo sucesso. Que continue fazendo sucesso, pelo menos, aí por 13 anos, como a gente vêm fazendo. Eu acho que tem espaço pra todo mundo, o Brasil é tão grande, tão rico. Que venham outros artistas como ele, como as meninas, Simone e Simária, que eu acho que são grandes artistas também, e eu admiro, tenho um carinho muito grande. Não encaro (como concorrência) não, de verdade, de coração. As pessoas falam muita besteira, sabe? Assim, eu particularmente não sou amiga de Wesley. Porque eu sou muito reservada, sou muito tranquila, caseira. E a correria também. Mas eu acredito, desejo muita sorte pra ele, de coração. Porque eu acho que aparecendo mais artistas como o Aviões do Forró, para elevar o forró, enaltecer o forró, eu acho que o forró vai manter-se vivo por mais tempo. Porque o Aviões caminhava sozinho, entende? Então só existia o Aviões pra levantar a bandeira sozinho. Aí surgiu o Wesley, as meninas - As coleguinhas, então pra gente isso é bom. É maravilhoso. A gente só espera que as pessoas respeitem isso, né? Porque infelizmente as pessoas não respeitam. Não respeitam os 13 anos de banda, a história do Aviões. Isso eu acho uma pena, lamentável. Então eu desejo sorte, sabe? Para que eles consigam fazer, pelo menos, metade do sucesso que a gente faz até hoje.