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Marca Bahia Notícias Holofote

Entrevista

Rafa Chaves comenta relação com Rey Gramacho, fala sobre substituir Bell Marques e decreta: 'O Chiclete não vai acabar'

Por Rafael Albuquerque

Rafa Chaves comenta relação com Rey Gramacho, fala sobre substituir Bell Marques e decreta: 'O Chiclete não vai acabar'
No que depender de Rey Gramacho, músico e sócio do Chiclete com Banana, Rafa Chaves é um dos nomes mais cotados para assumir a banda, que só terá Bell Marques nos vocais até o carnaval de 2014. E é justamente Rafa o entrevistado da semana no site Bahia Notícias. Diante de toda a polêmica, o artista falou que “o Chiclete não vai acabar”, comentou sua relação com Rey e comentou as notícias de que ele vai substituir Bell no Chicletão.
 

Fotos: Claudia Cardozo / Bahia Notícias

Coluna Holofote: Quanto tempo tem essa nova fase da Via Circular?
Rafa Chaves:
 Nessa nova era são dois meses.

CH: Você acha que vai encontrar dificuldade para dar sua cara à banda?
RC:
Isso pra mim é tranquilo porque eu já vinha produzindo outras coisas com a banda que estou hoje. Eu já toco com essa banda há três anos. Só fizemos uma adaptação para o novo formato da Via. A gente já tinha uma sonoridade muito próxima da que a gente tem agora. Na verdade, foi mais uma soma do que já existia com o projeto da Via Circular.

CH: Que influência você traz para a Via Circular?
RC: O repertório da Via é para agradar a todos. O que trazemos de novidade e sonorização são as nossas composições. Não adianta no primeiro ano eu chegar querendo mudar tudo e mudar o mercado. Aos poucos, você vai mostrando seu lado compositor.

CH: Você compõe?
RC:
Sim, há oito anos. Como eu faço barzinho há quase onze anos, eu já trabalhava muito com isso.

CH: Falando nisso, barzinho é realmente a melhor escola?
RC: Ali você aprende tudo, todos os estilos e todas as ciladas, pois você é pego de surpresa a todo o tempo. É a verdadeira escola e faculdade.

CH: Quais os planos da Via Circular para o verão?
RC:
A Via está muito focada na divulgação da música e do clipe “Deixa Brotar” e estamos também realizando um projeto nas escolas. Esse projeto fortalece ainda mais a música. Levamos a música para as escolas. Vamos esperar mais um mês pra lançar algum ensaio ou evento para fazermos parte desse cenário em Salvador.

CH: Já tem previsão de lançar CD?
RC:
O primeiro start da Via Circular foi o CD. Já preparamos um CD promocional, que doamos às pessoas, com três músicas inéditas, uma delas “Deixa Brotar”. Esse CD já está disponível em nossa fan page. Fora isso, temos um CD com nove inéditas já pensando no futuro, daqui a seis meses.

CH: Como surgiu o convite pra você assumir a Via Circular?
RC:
Foi através de um convite de Jarbas, mas foi uma história meio ao contrário. Eu já tinha parceria com Rey Gramacho (sócio e músico do Chiclete com Banana). Passamos três anos tocando em Fortaleza, participamos de projetos em uma das maiores casas de shows do Brasil que fica lá. Quando decidimos trazer o projeto para Salvador, decidimos mudar de nome e procurar algum parceiro aqui para podermos nos estruturar. Quando pensamos em vir pra cá a gente pensou logo no nome de Jarbas Veiga, que sempre foi empresário da Via Circular. Sentamos à mesa para pensar em alguns nomes. Foi aí que na segunda reunião Jarbas disse que tinha um nome da Via Circular parado há dois anos e perguntou se não queríamos reativar o nome. Todo mundo gostou da ideia.

CH: E você, o que achou?
RC:
Achei ótimo. A Via Circular foi interrompida porque Levi foi pra um projeto maior. A banda vinha numa crescente muito boa e não sofreu nenhum tipo de desgaste. Levi saiu para uma coisa melhor, a banda ficou parada durante dois anos e a gente optou por usar o nome.

CH: Você continua tocando sucessos antigos da banda como “Palácios e Castelos”?
RC:
A gente toca. Não entrou nesse nosso CD promocional porque nosso foco agora é mostrar a nova cara da banda. Fizemos isso até mesmo pra evitar comparações. Mas as canções antigas estão em nosso repertório, sim.
 

 
CH: Até que ponto as comparações te incomodam?
RC: Em nenhum momento. Até porque todas as comparações que fizeram foram positivas. Levi é um cara que faz uma trajetória muito bacana. Ele canta e compõe muito bem e isso só me traz mais responsabilidade de fazer um bom trabalho na Via Circular.

CH: Como acontece a projeto Via Circular nas Escolas?
RC: Acontece muito através de nossa fan page. A galera entra lá e pede show nas escolas. A gente está com a grade cheia com vários colégios públicos pra todas as semanas. Provavelmente, no próximo mês também vamos fazer alguns colégios particulares.

CH: Mas esse projeto serve também como uma estratégia de aproximação do público jovem?
RC:
Talvez ele não tenha esse objetivo. Não queremos focar em um público. Queremos abranger vários públicos. Tocamos tudo atual, mas também tocamos “Trem das Onzes”, uma música antiga de MPB. Nas escolas percebemos o efeito bem imediato, os estudantes se entregam, vão pra curtir. Muito desse resultado a gente vê pela internet.

CH: Como foi a escolha de “Deixa Brotar” pra ser a música de trabalho e ter clipe?
RC:
Foi uma surpresa. No momento em que decidimos botar a Via Circular novamente na rua, eu fiz uma seleção de músicas e mandei para os sócios. Foi unânime a escolha de “Deixa Brotar”, que entrou num formato acústico com violoncelo, piano, baixo acústico, etc.

CH: A gente tem dois extremos. Você assumindo a Via Circular e o Chiclete com Banana sem Bell. Como você enxerga esse dinamismo do mercado musical baiano?
RC:
Eu acho que o Chiclete não vai acabar. Todo mercado tem altos e baixos e isso é o que fortalece as pessoas. Dentro de uma crise as pessoas enxergam uma luz no fim do túnel para sair daquilo ali. Acho que a nova geração do axé está enxergando essa luz, produzindo música boa, pensando muito mais no duradouro do que no imediato. Talvez isso que o axé passa nem seja uma crise e sim um momento de reflexão do mercado.

CH: Há alguns anos a gente via surgir bandas como Voa Dois e Negra Cor, por exemplo, que tiveram um ápice e depois sumiram. Isso não te deixa apreensivo com relação à Via Circular?
RC:
Me preocupa. Mas volto a dizer, não pelo mercado.  O mercado está aí para todos. Isso envolve a estrutura na formação da banda, de como todo mundo trabalha na banda, etc. Se existe esse lance de altos e baixos, eu vejo como responsabilidade das bandas, não do mercado. Tem outros que tão vindo como Levi (Jammil), Felipe Pezzoni (Banda Eva), Battata, que são duradouros. Tem que acabar esse lance de banda e empresário. É tudo uma coisa só. Esse pensamento dividido é o que prejudica.

CH: Dos artistas baianos, quem você admira e te influencia?
RC: Eu gosto de todos, sem demagogia. Acho que Ivete realmente é muito boa, tem Bell, Durval. Cada um com sua característica. É importante aproveitar um pouquinho de cada um.
 

 
CH: Mas você não tem uma fonte de inspiração específica?
RC: Eu sou muito de momento. Às vezes eu to me inspirando em um determinado projeto de um artista, um CD de Ivete, por exemplo, que pode ter me tocado. Até porque o artista vive de momentos.

CH: Já tem alguma previsão sobre a Via Circular tocar no carnaval 2014?
RC:
A gente tem pensado muito nisso. Alguns camarotes já convidaram e existem possibilidades de puxarmos blocos. Mas não posso falar sobre isso porque não tem nada certo. Temos só dois meses de banda formada. Então, tudo que vier pra nós nesse carnaval vai ser muito bom, pois será resultado de todo nosso trabalho, de nossas músicas na rádio. A gente esperava que tudo ia ser uma zoada, mas foi tudo muito maior.

CH: Por fim, queria que você comentasse as informações de que você pode substituir Bell Marques no Chiclete com Banana.
RC:
A gente não tem nada a falar. Fomos pegos de surpresa. Não foi feito nenhum convite nem pra mim nem pra Topera (da 5%), que eu saiba.