'Sou totalmente diferente de Robyssão', compara novo vocalista da Black Style
O cantor Rick Ralley tem a difícil missão de substituir Robyssão na banda Black Style, que comandou o grupo por muitos anos com um nível de popularidade fenomenal. Mas o novo vocalista não se intimida e enfrenta o desafio da mesma forma como driblou as dificuldades no início da carreira, tocando na periferia de Salvador. Nesta entrevista, Rick fala até sobre as a relação do pagode com a violência e com as drogas e, em um momento mais polêmico, sobre o estilo que o grupo vai seguir. Será o da baixaria? Confira a entrevista completa:
Fotos: Lucas Franco / Bahia Notícias
CH: E você está em contato com esses MCs?
RR: Já, sim. Inclusive a música de trabalho, “Quadradinho”, em parceria com MC Moreno e MC Ramonzinho, que é músico da Black Style. Essa já está nas rádios.
CH: Vocês já estão preparando um DVD?
RR: Sim. Vamos gravar cenas em Salvador e no Rio. Serão clipes gravados, no mesmo estilo do DVD anterior.
CH: O pagode baiano passou por algumas fases. A do Tchan, a do Harmonia do Samba e a mais recente, de bandas como A Bronkka e New Hit. Qual diferença você percebe do início do pagode para os dias atuais?
RR: A transformação é imensa. O ritmo mudou. Foram inseridos elementos mais envolventes, mais sensuais, com mais influência eletrônica. Eu acho que evoluiu para melhor.
CH: Além da questão da mudança sonora, há crítica com relação às letras. Muitas vezes se liga o pagode à sexualidade, drogas e violência. Qual sua opinião sobre isso?
RR: Tem muitas bandas que incitam a violência e a baixaria. Mas atualmente a galera está pegando mais pesado. Se a gente for reparar, isso vem desde o “pinto do meu pai”. Algumas bandas hoje se excedem.
CH: Mas qual linha a Black Style pretende seguir?
RR: A linha do pagofunk (risos). A gente está procurando colocar letras mais dançantes, coreográficas e evitando esse tipo de coisa.
CH: Você está assumindo uma banda que já tem um público grande e fiel a Robyssão. Passar por sua cabeça a possibilidade de ser rejeitado?
RR: logo quando eu entrei foi uma preocupação muito grande, porque sou totalmente diferente de Robyssão, voz, aparência, etc. Só que o medo saiu com a participação que a gente fez em Petrolina. A galera me abraçou de tal maneira que o medo foi pra fora. Mas no início foi muito difícil.
CH: Foram muitos downloads do CD de vocês em tão pouco tempo. Como funciona a divulgação do trabalho da Black Style na internet?
RR: Foram mais de 600 mil downloads, um número realmente expressivo. A gente lança o CD e joga na internet. Esse último bateu 300 mil downloads em dois dias. Acho que em todas as bandas que já passei não teve essa quantidade (risos). Eu sou muito ligado a esse lance de internet com Face, Instagram, Twitter. A galera manda muita força.
CH: Falando nisso, como é sua relação com os fãs?
RR: É muito boa. Eu procuro sempre estar próximo a eles. Quando eu entrei na Black surgiram muitos outros fãs. Juntou os fãs que eu já tinha com os da Black, que me abraçaram.
CH: E o assédio?
RR: Rola (risos). Mas é tranquilo. Eu procuro aceitar da melhor forma.
CH: Do cenário musical baiano, com quem você tem vontade de fazer um dueto?
RR: Sem dúvida, Márcio Victor, Xanddy e Léo Santana. São ícones do pagode e é o sonho de qualquer cantor fazer dueto com eles. Tem também Tomate, Tatau.
CH: Como é para você ter começado a carreira artística em um bairro popular, carente, e depois ficar famoso e ser reconhecido?
RR: A gente pensa em tanta coisa que a gente já passou e que teve tanta gente apoiando. Muita gente me ligou me parabenizando quando eu assumir a Black e isso não tem preço.
CH: E a família apoiou?
RR: Sempre. Quando eu falo minha família me refiro a minha mãe, que mesmo com todas as dificuldades sempre me apoiou, me deu força.
CH: O que você diria aos cantores que estão na batalha e que ainda não conseguiram alcançar um lugar de destaque como o seu ainda?
RR: a mensagem é uma só: foco, força e fé. A gente tem que ter isso não só na música, mas na vida.
CH: Deixa uma mensagem para a galera que acompanha a Coluna Holofote.
Fotos: Lucas Franco / Bahia Notícias
Coluna Holofote: Fale um pouco de sua trajetória até assumir os vocais da Black Style.
Rick Ralley: eu comecei minha carreira com 16 anos na Boa Vista do Lobado com bandas de bairro. A primeira banda de expressão que eu entrei foi Suingue do P, que teve certo nome em Salvador. Depois passei pela banda Barabadas e NoizPod.
CH: No site da banda há o slogan “o mesmo som, um novo show”. Isso significa que você vai dar continuidade ao que já era feito pelo antigo vocalista?
RR: O slogan é bem do que está rolando. Vai ser o mesmo som, a mesma banda. Vamos continuar com o estilo pagofunk, um gênero que Salvador já conhece. Vamos deixar da mesma maneira. E o novo show é porque tem um novo cantor, uma nova cara, um novo jeito.
CH: Como surgiu o convite para assumir a Black Style?
RR: Eu estava na praia comentando que a Black Style estava sem cantor. Quando foi de noite Roque me ligou e eu nem acreditei que era ele. Era muita coincidência. Não passava em minha cabeça, pois era só um sonho. Ele falou comigo e deu tudo certo.
CH: Você já acompanhava a Black Style antes?
RR: Sim. O engraçado é que eu era muito fã. Eu estava até olhando uma foto que postei no Instagram de quando eu estava na casa de um amigo escutando tanto o CD da Black Style que a bateria do carro arriou. Depois eu vi a foto e pensei: ‘que ironia’.
CH: Mas você teve ou tem algum tipo de contato com Robyssão, ex-vocalista da banda?
RR: Não. Foi tudo através de empresários.
CH: Mas o que o público pode esperar desse novo show?
RR: Muitas novidades, músicas novas, um show mais dançante, mais sensual, com convidados. Realmente um novo show.
CH: Você pretende continuar trabalhando as músicas da antiga formação ou vai lançar diversas inéditas?
RR: Vamos lançar mais inéditas desse disco que a gente gravou, mas vamos trabalhar as músicas que já são fortes em Salvador e que não podemos deixar passar.
CH: Qual sua grande inspiração na música?
RR: Hoje em dia, com a internet, a gente fica sujeito a várias influências. Eu gosto muito da música americana, mas o que me levou a cantar mesmo foi o pagodão de Salvador. Eu era muito fã do Pagodart, na época com Flavinho. Sou fã dele até hoje. A partir daí eu decidi que queria ser cantor.
CH: Fora Flavinho, o que mais você escuta?
RR: Ah, eu sou muito eclético, escuto de tudo. Artista que me inspiram são como Cris Brown, além do ritmo sertanejo, pagode e funk. Sempre gostei de [MC] Buchecha, Naldo.
CH: Há muita crítica com relação ao som da Black Style, pois justificam que a banda usa letras de funk carioca e só transforma em pagode. Como isso realmente funciona?
RR: Não é bem assim. As músicas que a Black Style gravou de pagofunk foram parcerias com MCs cariocas. A maioria foi assim. Algumas realmente foram só regravações, mas dando um ‘salve’ para o verdadeiro dono da música.
Rick Ralley: eu comecei minha carreira com 16 anos na Boa Vista do Lobado com bandas de bairro. A primeira banda de expressão que eu entrei foi Suingue do P, que teve certo nome em Salvador. Depois passei pela banda Barabadas e NoizPod.
CH: No site da banda há o slogan “o mesmo som, um novo show”. Isso significa que você vai dar continuidade ao que já era feito pelo antigo vocalista?
RR: O slogan é bem do que está rolando. Vai ser o mesmo som, a mesma banda. Vamos continuar com o estilo pagofunk, um gênero que Salvador já conhece. Vamos deixar da mesma maneira. E o novo show é porque tem um novo cantor, uma nova cara, um novo jeito.
CH: Como surgiu o convite para assumir a Black Style?
RR: Eu estava na praia comentando que a Black Style estava sem cantor. Quando foi de noite Roque me ligou e eu nem acreditei que era ele. Era muita coincidência. Não passava em minha cabeça, pois era só um sonho. Ele falou comigo e deu tudo certo.
CH: Você já acompanhava a Black Style antes?
RR: Sim. O engraçado é que eu era muito fã. Eu estava até olhando uma foto que postei no Instagram de quando eu estava na casa de um amigo escutando tanto o CD da Black Style que a bateria do carro arriou. Depois eu vi a foto e pensei: ‘que ironia’.
CH: Mas você teve ou tem algum tipo de contato com Robyssão, ex-vocalista da banda?
RR: Não. Foi tudo através de empresários.
CH: Mas o que o público pode esperar desse novo show?
RR: Muitas novidades, músicas novas, um show mais dançante, mais sensual, com convidados. Realmente um novo show.
CH: Você pretende continuar trabalhando as músicas da antiga formação ou vai lançar diversas inéditas?
RR: Vamos lançar mais inéditas desse disco que a gente gravou, mas vamos trabalhar as músicas que já são fortes em Salvador e que não podemos deixar passar.
CH: Qual sua grande inspiração na música?
RR: Hoje em dia, com a internet, a gente fica sujeito a várias influências. Eu gosto muito da música americana, mas o que me levou a cantar mesmo foi o pagodão de Salvador. Eu era muito fã do Pagodart, na época com Flavinho. Sou fã dele até hoje. A partir daí eu decidi que queria ser cantor.
CH: Fora Flavinho, o que mais você escuta?
RR: Ah, eu sou muito eclético, escuto de tudo. Artista que me inspiram são como Cris Brown, além do ritmo sertanejo, pagode e funk. Sempre gostei de [MC] Buchecha, Naldo.
CH: Há muita crítica com relação ao som da Black Style, pois justificam que a banda usa letras de funk carioca e só transforma em pagode. Como isso realmente funciona?
RR: Não é bem assim. As músicas que a Black Style gravou de pagofunk foram parcerias com MCs cariocas. A maioria foi assim. Algumas realmente foram só regravações, mas dando um ‘salve’ para o verdadeiro dono da música.
CH: E você está em contato com esses MCs?
RR: Já, sim. Inclusive a música de trabalho, “Quadradinho”, em parceria com MC Moreno e MC Ramonzinho, que é músico da Black Style. Essa já está nas rádios.
CH: Vocês já estão preparando um DVD?
RR: Sim. Vamos gravar cenas em Salvador e no Rio. Serão clipes gravados, no mesmo estilo do DVD anterior.
CH: O pagode baiano passou por algumas fases. A do Tchan, a do Harmonia do Samba e a mais recente, de bandas como A Bronkka e New Hit. Qual diferença você percebe do início do pagode para os dias atuais?
RR: A transformação é imensa. O ritmo mudou. Foram inseridos elementos mais envolventes, mais sensuais, com mais influência eletrônica. Eu acho que evoluiu para melhor.
CH: Além da questão da mudança sonora, há crítica com relação às letras. Muitas vezes se liga o pagode à sexualidade, drogas e violência. Qual sua opinião sobre isso?
RR: Tem muitas bandas que incitam a violência e a baixaria. Mas atualmente a galera está pegando mais pesado. Se a gente for reparar, isso vem desde o “pinto do meu pai”. Algumas bandas hoje se excedem.
CH: Mas qual linha a Black Style pretende seguir?
RR: A linha do pagofunk (risos). A gente está procurando colocar letras mais dançantes, coreográficas e evitando esse tipo de coisa.
CH: Você está assumindo uma banda que já tem um público grande e fiel a Robyssão. Passar por sua cabeça a possibilidade de ser rejeitado?
RR: logo quando eu entrei foi uma preocupação muito grande, porque sou totalmente diferente de Robyssão, voz, aparência, etc. Só que o medo saiu com a participação que a gente fez em Petrolina. A galera me abraçou de tal maneira que o medo foi pra fora. Mas no início foi muito difícil.
CH: Foram muitos downloads do CD de vocês em tão pouco tempo. Como funciona a divulgação do trabalho da Black Style na internet?
RR: Foram mais de 600 mil downloads, um número realmente expressivo. A gente lança o CD e joga na internet. Esse último bateu 300 mil downloads em dois dias. Acho que em todas as bandas que já passei não teve essa quantidade (risos). Eu sou muito ligado a esse lance de internet com Face, Instagram, Twitter. A galera manda muita força.
CH: Falando nisso, como é sua relação com os fãs?
RR: É muito boa. Eu procuro sempre estar próximo a eles. Quando eu entrei na Black surgiram muitos outros fãs. Juntou os fãs que eu já tinha com os da Black, que me abraçaram.
CH: E o assédio?
RR: Rola (risos). Mas é tranquilo. Eu procuro aceitar da melhor forma.
CH: Do cenário musical baiano, com quem você tem vontade de fazer um dueto?
RR: Sem dúvida, Márcio Victor, Xanddy e Léo Santana. São ícones do pagode e é o sonho de qualquer cantor fazer dueto com eles. Tem também Tomate, Tatau.
CH: Como é para você ter começado a carreira artística em um bairro popular, carente, e depois ficar famoso e ser reconhecido?
RR: A gente pensa em tanta coisa que a gente já passou e que teve tanta gente apoiando. Muita gente me ligou me parabenizando quando eu assumir a Black e isso não tem preço.
CH: E a família apoiou?
RR: Sempre. Quando eu falo minha família me refiro a minha mãe, que mesmo com todas as dificuldades sempre me apoiou, me deu força.
CH: O que você diria aos cantores que estão na batalha e que ainda não conseguiram alcançar um lugar de destaque como o seu ainda?
RR: a mensagem é uma só: foco, força e fé. A gente tem que ter isso não só na música, mas na vida.
CH: Deixa uma mensagem para a galera que acompanha a Coluna Holofote.
RR: quero convidar todo mundo para estar no Armazém Vilas no dia 30 de abril pra conferir o show da Black Style. Um show novo e participações especiais. Um abraço para a galera toda do Bahia Notícias.