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Marca Bahia Notícias Holofote

Entrevista

Tuca Fernandes revela que passou dois anos sem falar com Manno no Jammil e desmente baixista sobre como saiu da banda

Por Fernanda Figueiredo

Tuca Fernandes revela que passou dois anos sem falar com Manno no Jammil e desmente baixista sobre como saiu da banda

"Eu vou continuar tocando as coisas que eu ajudei a construir. Eu me sinto no direito disso"

Coluna Holofote: É  possível dizer que este é o melhor momento de toda a sua carreira?
Tuca Fernandes: Eu sou um cara que eu gosto de todas as fases em que eu estou, que eu estou vivendo no momento e eu me entrego de corpo e alma totalmente. Hoje eu estou na minha melhor fase porque, depois de tudo que eu aprendi , que eu cresci, que eu ouvi, que eu fiz, né? Eu cresci como músico bastante: eu tive uma banda de rock, depois foi o Jheremmias. Paralelo à banda de rock e ao Jheremmias, eu tocava em barzinho. Tudo isso é aprendizado. Quando o Jheremmias começou a pegar eu larguei barzinho, larguei tudo e fiquei só com o Jheremmias. Depois nós mudamos de nome. Ficou a mesma banda, só que mudou o nome para Jammil e eu fiquei 14 anos no Jammil. Com tudo isso eu cresci pra caramba. E, com certeza, se você vai evoluindo, seu melhor momento é o agora. E eu costumo falar que, hoje em dia eu sou carreira solo, mas eu não sou sozinho. Hoje em dia, eu sou muito mais banda do que eu já fui um dia.
 
CH: Em que sentido você hoje é muito mais banda?
TF: Hoje em dia eu ouço muito minha banda, me reúno muito mais vezes com a banda, eu fico muito mais tempo em estúdio com a banda. A gente ouve um ao outro, a gente discute. Tem um camarim meu e um camarim pra banda, única e exclusivamente porque eu recebo a imprensa e os fãs no meu camarim. Só por isso. Mas, quando eu não estou recebendo a imprensa e nem os fãs eu estou lá no camarim dos caras. Ou então, eu mando eles virem pra cá pra gente discutir sobre o show. Quantas vezes a gente ensaia no camarim? Então, isso é uma coisa que eu prezo muito. Porque, você ganhar o melhor show do Axé Brasil, onde tem tanta gente bacana, os internautas votarem, o melhor GV Folia; o melhor Cabo Folia, que até saiu uma matéria fantástica com uma foto de Tuca Fernandes e Ivete Sangalo: o rei e a rainha do Cabo Folia. Então, cara, isso é... Eu fico feliz de estar vivendo esse momento, levando essa vibe pra galera. Porque, antigamente, eu fazia parte de um grupo. Quando você faz parte de uma carreira solo fica tudo mais concentrado em você e sempre fica aquela história do público, até da imprensa de “ah, será que ele vai conseguir fazer as coisas sozinho?”.
 
CH: E você, teve esse receio? Porque pouca gente consegue deixar uma banda de grande porte para se lançar na carreira solo e dar certo. Ivete, Claudinha e Tomate, praticamente. Você temeu isso em algum momento?
TF: Eu sou tipo girassol: eu olho para o sol. Eu olhei para as pessoas que deram certo. Eu conversei com as pessoas que deram certo e essas pessoas que deram certo me deram um apoio muito grande. Coincidentemente, essas pessoas que você falou aí, Ivete, Claudinha e Tomate... Caramba! Foram os três que mais me deram apoio na hora que eu saí. Claudia me chamou pra cantar – primeira canja minha foi com Claudia - no Axé Brasil, em 2011. Quando foi meu último show com o Jammil, no outro dia eu já era Tuca Fernandes, carreira solo, e ela me chamou para dar canja. Ivete Sangalo me chamou pra participar do Cerveja & Cia Folia e me convidou pra participar do bloco Cerveja & Cia, que eu não participava. Tomate me chamou pra fazer meu primeiro show da minha carreira, que foi no Eletromate. Coincidência que você falou esses três e eu olho para esses três e eles me deram o maior apoio. Sem falar no Bell [Marques], que me convidou logo para participar do Circuito Voa-Voa. Léo, do Parangolé, que me convidou para participar dos ensaios dele e muitos outros artistas que sempre me deram a maior força, foram aos meus ensaios, como Alinne do Cheiro, Denny da Timbalada, Durval do Asa. Então, todo mundo foi lá nos meus ensaios. Carlinhos Brown... Pô, eu sempre converso com ele. Brown é um amigo que eu tenho o maior prazer de dizer que sou amigo dele como a gente é hoje. Então, essas pessoas sempre me deram apoio.
 
CH: Mas e você? Sentiu algum medo ou você estava tão seguro no que estava fazendo que ficou despreocupado?
TF: Claro! Toda mudança gera um pouco de insegurança, concorda? Então, eu sei do meu potencial. Todo artista sabe do seu potencial. Agora, a gente tem que saber como a gente vai colocar esse potencial para as pessoas verem. Porque a gente sabe que tem muito artista aí, que tem muito potencial e não aparece. Então, talvez fosse esse o meu receio. Quando eu comecei a tocar, eu pensei: “Pô, velho, todo mundo fala que eu tenho a voz bonita, mas eu não quero ter só a voz bonita, eu quero ter carisma. Porque, sem carisma, não adianta você ter a voz linda”. Porque é isso. Sem carisma você não vai a lugar algum. E tem artista que não tem nem essa voz toda, mas tem um carisma danado e se manda, é sucesso. Meu trauma antes de começar era esse: saber se eu tinha carisma ou não. E quando eu comecei a tocar que eu vi os fãs do meu lado, aquilo me deu uma força muito grande. Mas, claro, eu não vou dizer que eu estava 100% seguro, que eu tinha certeza... Não existe isso. É difícil você ver um artista assim. Esse carnaval pra mim foi importantíssimo. Primeiro porque há muito tempo eu não tocava todos os dias do carnaval e este ano, no meu primeiro carnaval solo, eu toquei. E outra: era eu sozinho para dirigir trio, repertório, os ensaios, não sei o quê, a banda começa e para que tem imprensa, e para que tem flash pro Fantástico e a gente ficou maluco. A gente ficou doido e neguinho no ouvido da gente – porque eu tenho um negócio que eles ficam falando no meu ouvido, né? A banda tocando e os caras no ouvido "daqui a 20 minutos, 15 minutos" – e eu "Meu Deus do Céu" e segue o trio, para o trio, uma agonia. Mas eu sabia que ia ser um desafio muito grande pra mim e eu fiquei muito feliz quando eu vi que o carnaval tinha sido fantástico.
 

"O que eu ia fazer depois [que saísse do Jammil] não interessava a eles [empresários do Jammil]"
 
CH: Todo mundo sempre soube que você estava insatisfeito no Jammil. Mas quando foi que você viu que era chegada a hora de se lançar sozinho?
TF: Não existia insatisfação alguma. Existia...  Convívio é difícil, né? Casamento a dois às vezes não dura muito tempo, imagine um casamento de tanta gente? São muitas ideologias, e tantas vontades e vertentes de um lado, do outro. E eu já estava há algum tempo ficando insatisfeito e já tinham dois anos que eu não falava com Manno [Góes, baixista e sócio do Jammil], porque nos dois últimos anos do Jammil eu e Manno já não nos falávamos, então...
 
CH: Pois é. Por que você esperou dois anos nesse clima até tomar a decisão da carreira solo? O que lhe motivou?
TF: Tudo isso, né? E depois do carnaval do ano passado eu decidi que não estava dando mais mesmo. Porque, ao longo desses dois anos aconteceram vááááárias coisas, que não vem nem ao caso contar aqui agora. Mas no carnaval aconteceram algumas coisas que me chatearam bastante e já estava no limite do meu saco, já estava na hora e foi uma coisa que eu já vinha amadurecendo. Há dois anos eu não falava com ele e a coisa foi amadurecendo e no carnaval eu decidi porque eu realmente vi que não tinha como continuar do jeito que estava ali.
 
CH: Existe alguma mágoa, algum arrependimento dessa sua passagem pelo Jammil?
TF: Não me arrependo de nada. O Jammil foi importante pra caramba em minha vida, adoro, adoro a fase que eu passei lá, tenho o maior orgulho de ter construído um sucesso de uma marca como o Jammil, porque eu fiz parte deste sucesso, eu construí esse sucesso junto com Paulo [Borges, sócio majoritário do Jammil], com Manno, com Beto, com todo mundo e eu tenho o maior orgulho disso. Mas chegou em um momento que não dava mais. E o clima já estava pesado e não era só eu que achava. Porque às vezes as pessoas acham que estava todo mundo feliz e só Tuca...Não. A banda, eu, já estava todo mundo nesse clima, já estavam todos insatisfeitos. E quando acabou o carnaval eu fiz o balanço e decidi que agora eu ia seguir sozinho.
 
CH: Sozinho? Você saiu levando todo mundo da banda...
TF: É isso. Alguns músicos, o pessoal da técnica, já tinham me ligado dizendo que iam sair da banda, que estavam saindo fora, que não dava mais e eu tinha pedido “velho, tenham calma e vamos ver. Eu vou sair, vou fazer carreira solo e eu queria contar com todo mundo, se puder”. E eu fiquei feliz quando vi que todo mundo me acompanhou e foi todo mundo messsssssmo. Do roadie até Beto Spínola. Porque estava todo mundo insatisfeito com o clima da banda. Os próprios contratantes nossos, do Brasil todo, subiram no trio e me ligaram depois dizendo “Cara, que foi que aconteceu? Pô, que clima é aquele no Jammil?”. É porque neguinho pensava que Tuca é que estava insatisfeito e não era só eu que estava insatisfeito, não era. Era todo mundo. Teve um contratante nosso que disse: “Cara, a banda parecia que estava morta”.
 
CH: Mas estava todo mundo insatisfeito com o quê exatamente? Com Manno?
TF: Com o clima que estava. E que gerava muitas brigas, né? Estas geradas por insatisfações de conduta e maneiras de tratar, maneiras de falar e deixa pra lá, que não vem ao caso ficar aqui falando agora. E quando você vê um músico tocando e olhando por relógio...Acabou! É igual quando você vai pro cinema: se você olhar pro relógio, o filme está um saco. Porque quando você adora o filme, você nem olha pro relógio e quando acaba você diz “Acabou, já?”, não é? Então, eu sempre fiquei ligado, eu vejo tudo. E quando eu olho para um músico e ele está olhando para o relógio... E esse último carnaval do Jammil era todo mundo tocando e olhando pro relógio. E não é porque o cara faz de propósito, é uma coisa natural, porque não está legal. Então, quando eu vi que os músicos estavam insatisfeitos também, eu decidi que eu ia cair fora, independente de eles virem comigo ou não. Não tinha mais clima nenhum. Eu ia cair fora de qualquer jeito.
 
CH: E como ficou a sua relação com os fãs do Jammil, eles te acompanharam?
TF: Aí é que está. Aí foi uma coisa que eu deixei eles à vontade. Nunca eu tive um Twitter meu ou um Face meu dizendo assim: “Quero ver quem vai ficar comigo”. Nunca. Nunca falei isso, nunca existiu isso. O que me angustiava era porque, quando eles viram o que estava acontecendo, quando eles perceberam que eu ia sair do Jammil e eu não podia falar ainda, era só aquela boataria toda, eles pensavam que eu ia ser DJ, que eu ia fazer MPB, que eu ia fazer outra banda de rock. Não sabiam que eu ia continuar na música baiana. A minha angústia era essa. E aí, as mensagens partiram dele: “Aonde você for, eu vou”; “O axé não pode ficar sem a sua voz” e aí, quando eu anunciei a carreira solo, eles fundaram “A Galera do Tuca BA”, que é aqui da Bahia; “A Galera do Tuca PE”, de Pernambuco...
 
CH: As pessoas ainda te chamam de Tuca do Jammil?
TF: Não, não tem mais isso. Graças a Deus! Até o ano passado teve um cara que disse: “Me diga uma coisa, como é que o Jammil pode sair do Jammil?”, porque as pessoas ainda achavam que o meu nome era Jammil, tinha essa história e hoje em dia não tem mais isso.
 
CH: Manno sempre foi o compositor do Jammil. E agora, como é que você está se virando para compor seu repertório?
TF: Quanto ao lance de repertório de show, eu vou continuar tocando as coisas que eu ajudei a construir. “Minha Estrela”, a música é de Manno, mas eu ajudei a construir o sucesso de “Tchau”, de “Praieiro”, entendeu? São músicas dele, mas eu que ajudei a construir. Então, essa coisa de dizer que não pode... Eu posso tocar! No meu show eu posso tocar, porque eu ajudei a fazer esse sucesso, eu me sinto no direito disso. Eu posso e vou tocar sempre. 
 
CH: Você compõe?
TF:
Componho. Meu disco tem oito músicas minhas. Ele é todo de inéditas, com apenas duas regravações, que é “Eu piro quando você passa”, que é de Pablo Domingues e “Ciúme”, que é de Roger, vocalista do Ultraje a Rigor.
 

"Eu não tenho problema nenhum com Paulo. O problema é que as pessoas falam muito"
 
CH: E você está tendo dificuldade para escolher músicas, afinal, antes, com um compositor nato no grupo, era mais fácil, né?
TF: Graças a Deus, não! Eu tenho um grande compositor comigo, que é Nogueira. Por exemplo, a música “Fevereira” é minha também. É minha, de Tenyson Del Rey, Paulo Vascon e Edu Casanova. Essa música de trabalho agora, que é “Reza a Lenda”, é de Nogueira e eu tenho várias parcerias com Nogueira e eu recebi vários presentes. “Pirei no seu amor” mesmo. Eu abri para que os novos compositores tivessem uma oportunidade de mostrar suas músicas. O e-mail é [email protected]. E aí, Joe Fraga e Thiago Castro foi que mandaram a música “Pirei no seu amor”, que nunca tinha sido gravada por ninguém. E eles ficaram felizes pra caramba, tem gente como o quê pedindo música para eles. Thiago Castro já montou uma banda, que é boa pra caramba.
 
CH: Será que um dia a gente vai ver um dueto entre Levi, agora à frente do Jammil e Tuca?
TF: A vida é tão louca, né? A vida tem tantos altos e baixos, é uma roda gigante, que gira e gira rápido. Então, a gente não pode dizer “nunca vou fazer”. Não existe isso. Eu achei que eu nunca fosse cantar com Carlinhos Brown, eu não imaginava que um dia eu fosse tocar na guitarra de Bell Marques e o cara já me chamou pra tocar, esse ano mesmo. Então, eu não sei, não sei o que pode acontecer. Deixa a vida mostrar.
 
CH: Quando reuniu a imprensa para falar de sua saída do Jammil pela primeira vez, Manno Góes disse que, no início da carreira, vocês fizeram um brinde com malibu e que um dia poderiam voltar a brindar. Você acredita nessa possibilidade?
TF: É como eu disse: a vida é uma roda gigante. Tinha dois anos que a gente não se falava, então, é bem mais difícil isso acontecer do que eu e Levi. Levi eu conheci no palco e é diferente de Manno, porque a gente já tinha uma relação de muito tempo. Mas eu não sei. A vida vai dizer, né? Já tinha dois anos que a gente não se falava... Eu acho meio difícil, viu?
 
CH: Manno lhe acusa de ter sabido sobre sua saída do Jammil somente pela mídia. Ele e Paulo Borges. Isso é verdade?
TF: Não existe isso aí. Não tem essa coisa. Eu já vinha avisando. Inclusive, eu já vinha anunciando isso há muito tempo lá dentro. Com Manno eu não conversava, então, eu não podia falar pra ele. Mas eu conversava muito com Paulo Borges, com Gustavo. Eles mesmo, o próprio Gustavo já chegou a falar: “velho, o clima está insuportável, não sei como é que você aguenta”. O próprio Gustavo falou isso para mim. E eu já vinha falando isso para eles há muito tempo. E quando acabou, eu liguei pra Paulo de Porto Seguro. Porque, com essa coisa de carnaval, você não vai sentar e conversar. Você vem passando um estresse enorme, o ano inteiro e quando chega no carnaval, que você está no auge do estresse é que tem o estresse maior. Então, quando acaba o carnaval, você quer distância, quer família. E eu fiz um show em Porto Seguro e quando terminou o show eu liguei pra Paulo. Eu liguei pra ele. E disse a ele: “Paulo, eu tô fora. Não tenho mais condições de ficar”. Eu não disse que ia fazer carreira solo, porque nem eu sabia que ia fazer carreira solo. A única coisa que eu sabia, naquele momento, era que eu ia cair fora, que eu não ia continuar mais no Jammil. Agora, o que eu ia fazer depois – se eu ia montar uma banda, se eu ia seguir com meu nome – não me interessava naquele momento e eu acho que não interessava a eles também. O que interessava era que eu liguei pra Paulo de Porto Seguro – isso eu me lembro bem –, eu desci do avião, estava andando pro carro e nem entrei no carro para ninguém ouvir minha conversa com Paulo, porque estava Gustavo, Beto, o segurança e o motorista e eu estou lembrando. O carro estava parado e eu em pé, na rua, conversando com Paulo. Agora, eu não podia dizer a ele que eu ia seguir carreira solo, porque nem eu sabia ainda o que eu ia fazer.
 
CH: Então, você comunicou a sua saída a Paulo Borges? Sua carreira solo é que, no caso, eles ficaram sabendo pela mídia?
TF: Aí, depois, passou uma semana e a gente conversou na minha casa. A gente mora, até hoje, no mesmo prédio, e Paulo foi na minha casa e eu disse a ele, na minha varanda e com essas palavras, eu disse: “Paulo, tô fora e vou seguir em frente com minha carreira”. Eu avisei a Paulo. Ali eu disse a ele o que eu ia fazer. No dia de Porto Seguro foi que eu não disse. Então, eu avisei. Agora, se Paulo não conversou com Manno e ele ficou sabendo por intermédio da mídia, aí já é outra história.
 
CH: E como é sua relação com Paulo hoje?
TF: Eu não tenho problema nenhum com Paulo. Inclusive, eu quero até encontrar com ele pra gente bater um papo, conversar. Eu não tenho problema nenhum com Paulo. O problema é que as pessoas falam muito, entendeu? É uma merda.  É uma merda as pessoas ficarem assim falando, porque as pessoas falam demais. Tem muita especulação, tanto dele pra mim; quanto deve ter de mim pra ele. Com Paulo, eu não tenho problema nenhum.