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Pacote de infraestrutura pode render bilhões em seguros

Por Aline Bronzati | Estadão Conteúdo

Pacote de infraestrutura pode render bilhões em seguros
Foto: Reprodução/Rota Notícias
Os mais de R$ 198 bilhões do novo pacote de concessões de infraestrutura do governo, lançado na semana passada, são uma oportunidade bilionária para reaquecer o mercado de seguros de grandes riscos. Há, contudo, receio por parte de seguradoras e resseguradoras, conforme executivos ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, quanto às obras que efetivamente sairão do papel uma vez que no passado boa parte dos empreendimentos anunciados como, por exemplo, o trem de alta velocidade (TAV), não foram executados. Com leilões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, a segunda fase do Programa de Investimento com Logística (PIL) tende a movimentar bilhões em seguros de garantia (que garantem que uma obra seja concluída conforme previsto em contrato), de engenharia, riscos operacionais, transportes. Uma fonte diz que alguma repercussão para a indústria de seguros pode ocorrer neste ano, mas nada que mude sobremaneira o volume de negócios uma vez que boa parte dos projetos é para 2016. Valores exatos em prêmios de seguros ainda são difíceis de serem mensurados já que um cronograma mais preciso de licitações ainda não foi divulgado e é ansiosamente aguardado pelo mercado. "Rodovias e aeroportos já têm modelos de concessão que tiveram relativo sucesso no passado e são obras mais simples, o que significa que a licitação e a contratação dos seguros devem acontecer relativamente rápido", diz Guilherme Perondi, vice-presidente da resseguradora da alemã Allianz (AGCS). Segundo ele, a expectativa é de que as concessões de rodovias e aeroportos gerem apólices ainda neste ano. Ferrovias e portos vão depender, conforme Perondi, do modelo final a ser adotado pelo governo. Sendo assim, 2015 pode terminar sem um volume elevado de contratos para grandes riscos. De janeiro a abril, o segmento, sem considerar aeronáutico e marítimo, não cresceu sequer 4%, com menos de R$ 2 bilhões em prêmios em 12 meses, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). A expansão vem desacelerando. No ano passado, grande risco cresceu 9,8%, abaixo do ritmo de 2013, de 13,5%. Apesar de boa parte das obras ainda não ter projeto executivo, o anúncio do pacote de concessões foi bem recebido pelo mercado de seguros. "Os investimentos em infraestrutura são uma boa notícia. A Ace está acompanhando os desenvolvimentos do pacote para estar pronta para atender eventuais seguros desses novos projetos anunciados", avalia Antonio Trindade, presidente da Ace Seguradora no Brasil, em entrevista ao Broadcast. Líder em grandes riscos, a companhia americana reforçou sua aposta neste segmento ao adquirir a carteira do Itaú Unibanco no ano passado por R$ 1,5 bilhão. O investimento foi na contramão de outras empresas que, decepcionadas pelo baixo volume de negócios no setor e à exposição a riscos vultosos, preferiram deixá-lo.