Movimentos reagem a pauta de Cunha em seus primeiros dias na presidência da Câmara
Por Roldão Arruda com colaboração de Ricardo Chapola | Estadão Conteúdo
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Ao tomar posse no cargo de presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) qualificou a Casa como "palco dos grandes debates da sociedade". Passados 22 dias da cerimônia, porém, ele já está sendo apontado como defensor de grupos religiosos conservadores. Em seu curto mandato, Cunha já desarquivou ou acelerou a tramitação de quatro projetos que envolvem questões relacionadas ao aborto e aos direitos dos homossexuais. Dois são de sua autoria. Um deles cria o Dia do Orgulho Heterossexual, para se contrapor ao que o deputado chama de "estímulo da ideologia gay". Essas iniciativas, somadas às declarações polêmicas do parlamentar, que é evangélico, sobre gays e feministas, já deram início a um movimento de reação nas redes sociais, que começa a se estender para as ruas. Um ato organizado por movimentos sociais contra Cunha reuniu ontem cerca de 100 pessoas no centro de São Paulo. O protesto contou com a presença três deputados federais: Jean Wyllys (PSOL-RJ), Erika Kokay (PT-DF) e Ivan Valente (PSOL-SP). Antes de discursar, Wyllys disse que o presidente da Câmara pretende criar uma cortina de fumaça: "Ele tem uma ficha corrida com mais de uma dezena de processos de corrupção. Investe numa pauta homofóbica para criar uma cortina de fumaça". No ato, que teve estrutura precária - o sistema de som não funcionou em boa parte do tempo -, Wyllys acusou Cunha de ser "muito esperto". "Conseguiu uma aliança suprapartidária que ameaça os direitos individuais e das minorias. Sem falar que é um político que passou incólume por vários escândalos políticos".
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