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Bruninho fala sobre mudanças na seleção: 'Meu pai, Bernardinho, deixou legado'

Por Nathalia Garcia | Estadão Conteúdo

Bruninho fala sobre mudanças na seleção: 'Meu pai, Bernardinho, deixou legado'
Foto: Alexandre Arruda / CBV

Capitão da seleção brasileira de vôlei na conquista do ouro olímpico no Rio-2016, Bruninho viverá novo momento a partir da próxima convocação. Na estreia da Liga Mundial, em 2 de junho, verá pela primeira vez o Brasil ser comandado por Renan dal Zotto, substituto de Bernardinho, com quem trabalhou desde o primeiro chamado.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o levantador do Sesi-SP fala sobre a saída do pai, que ocupou o posto na seleção por 16 anos, conta como encontrou motivação após conquistar "o maior sonho da sua vida" e revela planos: "Pretendo jogar mais uma Olimpíada em alto nível".

Você e o Renan já conversaram sobre seleção brasileira?

Sim. Ele veio aqui (na sede do Sesi-SP) em um dos treinos durante a Superliga. Queria saber sobre a questão física. A gente tem de acelerar muito, passar por cima de lesões e acaba chegando ao ano pós-olímpico aquém fisicamente. Sinto que sofri isso durante a temporada, mas fui melhorando com o trabalho da comissão técnica. Ele me perguntou como estava minha situação, quanto tempo precisava para ir para a seleção. E eu disse que estou ótimo. A gente sabe que o tempo é curto para a Liga Mundial. Coloquei-me à disposição, se for convocado, de ir o quanto antes e ter folga maior após a Liga Mundial porque a gente joga a Copa dos Campeões só em setembro.

Estrear na seleção na Liga Mundial é uma responsabilidade a mais para ele?

Não tem o que fazer. Sempre começa pela Liga, ele ia ter de começar com essa responsabilidade. É um torneio complicado, o Brasil não conquista o título desde 2010 e fica meio engasgado. A gente espera que possa começar com o pé direito. Ele está motivado para iniciar o trabalho logo. Tem tudo para continuar no caminho que a seleção brasileira vem trilhando nos últimos anos.

Após o ouro olímpico, qual é o desafio da seleção?

Muitas vezes a medalha de prata não é tão valorizada, isso é um ônus de jogar pelo Brasil. A responsabilidade é continuar entre os melhores. A seleção mostrou durante anos a filosofia, a luta e a garra. Não só o Renan precisa manter isso, mas os jogadores que chegarem precisam continuar com essa fome de vencer, lutar e treinar.

Quais são os seus objetivos a curto e a longo prazo?

Continuar na seleção o máximo possível. O clube dá todo o suporte para chegar bem ao time. Conquistar título pelo Sesi seria importante, a gente está correndo por fora na Superliga. E estar bem para continuar no Brasil. Pretendo jogar mais uma Olimpíada em alto nível.

Para você, como será estar na seleção sem o seu pai?

É um momento novo. A gente vai sentir falta pelo profissional que ele é. A qualidade e a competência dele são indiscutíveis. Mas faz parte sair. A seleção é que fica. As pessoas entram e saem, tenho certeza de que ele, meu pai, deixou o legado. E a gente pretende fazer com que isso continue. Estou motivado para mais um ciclo visando os Jogos de Tóquio.

Acredita que o Renan enfrentará comparações na seleção?

Vai, mas não tem jeito. Como todos os outros enfrentaram em todas as outras posições. As pessoas gostam de comparar times, atletas e técnicos. Ele tem de pensar em fazer o melhor trabalho possível.

O Bernardinho terá um papel consultivo na seleção brasileira. Você vê isso de forma natural?

Sim, até porque eles têm uma relação boa. São amigos de longa data, existe confiança um no outro. Para o Renan, principalmente nesse início de ciclo, essa ajuda é importante. Há algum tempo ele não é técnico propriamente dito, ficou na área de gestão do esporte, e a ajuda de um cara experiente é importante para ele agora. Criou uma comissão técnica muito boa, o caminho é esse.

Mudou alguma coisa na sua vida depois do ouro olímpico?

Mudou, conquistei o maior sonho da minha vida. Hoje me sinto mais realizado do que antes, mas continuo querendo conquistar sempre o ouro. Depois que você sente esse sabor, quer repetir. Muitos jogadores dessa geração eram tachados de que não venciam na seleção. Para a gente, foi redenção.