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Teori estica até novembro inquérito contra Renan na Lava Jato

Por Julia Affonso, Mateus Coutinho e Fausto Macedo | Estadão Conteúdo

Teori estica até novembro inquérito contra Renan na Lava Jato
Foto: Geraldo Magela / Agência Senado
O ministro Teori Zavaski, do Supremo Tribunal Federal (STF), ampliou para até novembro o prazo para conclusão da investigação em um dos inquéritos contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nestes autos, Renan é investigado por supostamente ter recebido propina para evitar a instalação de uma CPI da Petrobras. O Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura do inquérito em março deste ano, após pedido da Procuradoria-Geral da República. O alargamento do prazo foi pedido pela Polícia Federal. Em delação premiada, Carlos Alexandre de Souza Rocha, um dos entregadores de dinheiro de Alberto Youssef, cita conversas em que o doleiro mencionou pagamentos ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Rocha, conhecido como Ceará, disse que "várias vezes" ouviu Youssef falar no nome do peemedebista. Em uma delas, Youssef teria dito que repassaria R$ 2 milhões a Renan para evitar a instalação de uma CPI da Petrobras. O entregador de dinheiro não soube precisar aos investigadores o ano em que a conversa teria ocorrido, nem se o pagamento foi feito. De acordo com ele, a CPI não foi instalada naquela ocasião. "Mas Renan Calheiros não é da situação?", questionou Ceará a Youssef. O doleiro teria respondido, segundo o delator: "Ceará, tem que ter dinheiro pra resolver". No depoimento à Procuradoria-Geral da República, o entregador de dinheiro de Youssef também menciona uma operação com entrega de R$ 1 milhão em Maceió. Depois de toda a operação, que envolvia retirada de dinheiro no Recife e entrega em Alagoas, Estado de Renan, o doleiro teria dito a Ceará que o dinheiro seria destinado ao senador peemedebista. O dinheiro foi entregue em duas parcelas em um saguão de hotel, segundo o delator, a um homem que o emissário de Youssef não soube identificar. Ao chegar em São Paulo, irritado com a pressão do doleiro para que a entrega fosse feita rapidamente, o delator perguntou a Youssef quem iria receber o R$ 1 milhão levado a Maceió. "Que Alberto Youssef respondeu ao declarante em alto e bom som: 'O dinheiro era para Renan Calheiros'", disse o delator aos investigadores da Lava Jato, sobre a resposta de Youssef. As declarações foram mantidas sob sigilo até este mês, quando o relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, retirou o segredo da documentação. O senador Renan Calheiros nega enfaticamente recebimento de valores ilícitos. Desde que virou alvo da Procuradoria-Geral da República, o peemedebista tem reiterado que estáà disposição da Justiça para esclarecimentos.