A Lucasfilm decidiu suspender a produ&ccedil;&atilde;o dos filmes &quot;spin-off&quot; baseados na saga &quot;Star Wars&quot; ap&oacute;s o desempenho ruim de cr&iacute;tica e bilheteria que foi &quot;Han Solo: Uma Hist&oacute;ria Star Wars&quot;, lan&ccedil;ado em maio de 2018. Segundo o site norte-americano Collider, pelo menos duas produ&ccedil;&otilde;es em fase de planejamento foram interrompidas.&nbsp;Um filme dirigido por James Mangold que traria o mercen&aacute;rio Boba Fett como protagonista e outro que contaria com a volta do ator escoc&ecirc;s Ewan McGregor como o mestre jedi Obi-Wan Kenobi estavam em fase de pr&eacute;-produ&ccedil;&atilde;o dentro do est&uacute;dio e as equipes teriam sido informadas da decis&atilde;o recentemente, de acordo com as fontes ouvidas pelo site. 
 
Tanto &quot;Rogue One: Uma Hist&oacute;ria Star Wars&quot; e &quot;Han Solo: Uma Hist&oacute;ria Star Wars&quot;, as duas varia&ccedil;&otilde;es lan&ccedil;adas at&eacute; agora, tiveram problemas nas suas produ&ccedil;&otilde;es, desde filmagem de cenas adicionais at&eacute; mudan&ccedil;a de diretores, o que resultou em interfer&ecirc;ncia do est&uacute;dio nas produ&ccedil;&otilde;es. O desempenho bem abaixo do esperado nas bilheterias de Han Solo tamb&eacute;m teve influ&ecirc;ncia na decis&atilde;o.&nbsp;Para evitar uma poss&iacute;vel fadiga da bilion&aacute;ria franquia com o p&uacute;blico, a Lucasfilm decidiu focar seus esfor&ccedil;os na produ&ccedil;&atilde;o do &quot;Epis&oacute;dio 9&quot;, que ser&aacute; lan&ccedil;ado em dezembro de 2019, e na pr&oacute;xima trilogia de filmes principais da s&eacute;rie que ser&atilde;o desenvolvidos pelo diretor Rian Johnson.

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Repleta de cenas c&ocirc;micas, a franquia de filmes &quot;De Pernas Pro Ar&quot; - que conta trajet&oacute;ria de uma executiva que virou empres&aacute;ria de sucesso no mercado de produtos er&oacute;ticos ap&oacute;s um orgasmo intenso - tamb&eacute;m aborda assuntos s&eacute;rios. Atualmente em produ&ccedil;&atilde;o, com sequ&ecirc;ncias no Rio e em Paris, o terceiro longa traz uma discuss&atilde;o sobre o papel da mulher no mundo do trabalho e na fam&iacute;lia. 
 
Na continua&ccedil;&atilde;o, Alice Segretto (Ingrid Guimar&atilde;es) tem filiais do sex shop Sexy Del&iacute;cia por todo o mundo, por&eacute;m, ao perceber que se distanciou da fam&iacute;lia, entra em crise. A protagonista decide, ent&atilde;o, deixar os neg&oacute;cios nas m&atilde;os da m&atilde;e, Marion (Denise Weinberg), para dedicar mais tempo ao marido, Jo&atilde;o (Bruno Garcia), ao filho, Paulinho (Eduardo Melo) e &agrave; nova herdeira, Clarinha (Duda Batista). Entretanto, a workaholic n&atilde;o consegue desapegar totalmente da fun&ccedil;&atilde;o. 
 
&quot;A mulher est&aacute; sempre se sentindo dividida entre a fam&iacute;lia e o trabalho. Se ela &eacute; bem-sucedida, ent&atilde;o, &eacute; muito julgada por todos. A sociedade julga e ela se culpa&quot;, analisa a diretora Julia Rezende. &quot;O pre&ccedil;o da mulher independente &eacute; alto. Aqui no set, todo mundo corre para ir para casa ver os filhos ou os traz para c&aacute;&quot;, revela Ingrid, que recebeu o Estado num intervalo das filmagens e confessa j&aacute; ter pensado em dar um tempo da profiss&atilde;o. &quot;N&atilde;o &eacute; exatamente parar, mas sempre quis fazer um curso de culin&aacute;ria, ficar dois meses viajando, morar em outro pa&iacute;s&quot;, conta.

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Depois de dois longas que acumularam mais de 8 milh&otilde;es de espectadores, a continua&ccedil;&atilde;o tem, pela primeira vez, uma diretora. Assistente do cineasta Roberto Santucci nos filmes anteriores, Julia comanda uma equipe com mulheres em fun&ccedil;&otilde;es estrat&eacute;gicas da equipe. 
 
Al&eacute;m das duas assistentes de dire&ccedil;&atilde;o, a c&acirc;mera principal &eacute; operada por uma mulher e a produ&ccedil;&atilde;o &eacute; assinada por Mariza Le&atilde;o (&quot;Meu Nome N&atilde;o &eacute; Johnny&quot;), idealizadora da franquia. Escrito por Marcelo Saback e Ren&ecirc; Belmonte, o roteiro passou pelas m&atilde;os de Ingrid. 
 
No processo do roteiro, os autores reconheceram que nem sempre retratam devidamente a alma feminina e dividiram o trabalho com a atriz e a diretora. &quot;Em um momento, disseram: &#39;escrevam voc&ecirc;s&#39;. Os outros filmes foram escritos e dirigidos por homens. Eles n&atilde;o t&ecirc;m esse olhar, mas n&atilde;o &eacute; uma quest&atilde;o de machismo. O machismo &eacute; t&atilde;o natural tanto para o homem quanto para a mulher que ele n&atilde;o tinha essa vis&atilde;o&quot;, reconhece. 
 
Algumas das mudan&ccedil;as no texto partiram do olhar de Samya Pascotto, atriz de 25 anos que interpreta Leona, uma jovem concorrente de Alice no mercado er&oacute;tico que acaba em outra rivalidade ao se envolver com o filho da protagonista. A paulistana percebeu tons sexistas no roteiro e foi convocada para reescrev&ecirc;-lo. 
 
&quot;Os meninos t&ecirc;m um aval da sociedade de serem seres sexuais, as meninas n&atilde;o. Poder ter a minha idade e ser escutada em uma sala de cria&ccedil;&atilde;o &eacute; uma conquista de tudo o que est&aacute; acontecendo em Hollywood e no mundo&quot;, afirma Samya, que levanta a bandeira do feminismo e, mesmo com uma cria&ccedil;&atilde;o evang&eacute;lica, participa ativamente de discuss&otilde;es sobre a quest&atilde;o feminina, al&eacute;m de ter frequentado manifesta&ccedil;&otilde;es contra a criminaliza&ccedil;&atilde;o do aborto: &quot;J&aacute; levei porrada e g&aacute;s de pimenta&quot;. 
 
A jovem artista diz j&aacute; ter ouvido coment&aacute;rios machistas e sobre seu corpo em diferentes filmes e s&eacute;ries. &quot;Quando h&aacute; homens e mulheres trabalhando juntos por tr&aacute;s das c&acirc;mera faz toda a diferen&ccedil;a. Acho que os homens est&atilde;o um pouco com medo. Quando voc&ecirc; v&ecirc; que seu privil&eacute;gio est&aacute; sendo questionado voc&ecirc; vai parando&quot;, acredita. 
 
Ingrid Guimar&atilde;es faz coro. &quot;&Eacute; a primeira vez em que trabalho em um filme em que a c&acirc;mera e dire&ccedil;&atilde;o s&atilde;o femininas. &Eacute; impressionante como nos sentimos confort&aacute;veis. A diferen&ccedil;a est&aacute; principalmente nas cenas de sexo, de camisola. Voc&ecirc; est&aacute; ali e a pessoa da c&acirc;mera est&aacute; dizendo algo (e sinaliza com as m&atilde;os que &eacute; para a atriz se ajeitar ou movimentar)&quot;, avalia a protagonista. As informa&ccedil;&otilde;es s&atilde;o do jornal O Estado de S. Paulo.

Talvez fosse necess&aacute;ria uma auditoria. &quot;Nada a Perder - Contra Tudo. Por Todos&quot;, a cinebiografia do bispo Edir Macedo por Alexandre Avancini, estreou na quinta-feira&nbsp;(29), alardeando n&uacute;meros grandiosos. O longa vendeu antecipadamente 4 milh&otilde;es de ingressos, o que o converte no maior sucesso de bilheteria do cinema brasileiro no ano, at&eacute; agora. Sucesso de bilheteria, mas n&atilde;o de p&uacute;blico. A reportagem constatou que o filme estreou para salas praticamente vazias.&nbsp;A auditoria poderia ser para constatar quantos, dos ingressos vendidos, corresponderam a espectadores que realmente viram o filme. Pode parecer injusto - os ingressos foram comprados. Mas a injusti&ccedil;a &eacute; com os filmes que s&atilde;o vistos e permanecem abaixo desse total.&nbsp;&quot;Nada a Perder&quot; &eacute; sobre uma fraude - o julgamento viciado a que foi submetido o bispo, pelo menos essa &eacute; a tese defendida pelo diretor Avancini em sua fic&ccedil;&atilde;o.&nbsp;&quot;Nada a Perder&quot; come&ccedil;a justamente com a pris&atilde;o do bispo. Uma persegui&ccedil;&atilde;o nas ruas, ele &eacute; tirado de dentro do carro e algemado diante da mulher e da filha. Os policiais mais parecem bandidos, agem com trucul&ecirc;ncia e sua arrog&acirc;ncia vai permanecer por todo o filme. 
 
 
A pris&atilde;o ocupa o come&ccedil;o e o fim, e &quot;durante&quot; o filme conta a hist&oacute;ria de Dedinho, o menino estigmatizado por uma m&aacute; forma&ccedil;&atilde;o cong&ecirc;nita nas m&atilde;os e que cresce revoltado - contra Deus. Mas ele n&atilde;o se revolta s&oacute; pelo pr&oacute;prio problema. Sofre pela irm&atilde;, com sua dificuldade de respirar, sofre pelos pobres. Seu sonho &eacute; a evangeliza&ccedil;&atilde;o, e para realiz&aacute;-lo, Edir vai fundar a pr&oacute;pria igreja. A Universal do Reino de Deus. Contra tudo, por todos.&nbsp;E o roteiro chega ao xis da quest&atilde;o. Para aumentar sua for&ccedil;a evangelizadora, Edir precisa de uma TV. Compra a Record e &eacute; alvo de uma investiga&ccedil;&atilde;o que o filme mostra como compl&ocirc; de pol&iacute;ticos, empres&aacute;rios do ramo e representantes da Igreja Cat&oacute;lica. O juiz &eacute; corrupto e faz parte do grupo que o acusa de falsidade ideol&oacute;gica e crimes contra a f&eacute; - charlatanismo. No limite, Edir &eacute; salvo pelo Plano Collor, que derruba as d&iacute;vidas em d&oacute;lar, e pelas ora&ccedil;&otilde;es do povo, que faz vig&iacute;lia diante da cadeia. &quot;Nada a Perder&quot; &eacute; sobre a for&ccedil;a do povo, a for&ccedil;a (interior) do homem &iacute;ntegro. 
 
Naturalmente que essa exalta&ccedil;&atilde;o do homem puro, do homem simples - Edir - toma ares de hagiografia. Em bom portugu&ecirc;s, o filme &eacute; chapa-branca, mas a discuss&atilde;o jur&iacute;dica que atravessa &quot;Nada a Perder&quot; (roubou? N&atilde;o roubou?) n&atilde;o deixa de refletir, como um espelho, d&uacute;vidas que assolam o Brasil real. Ah, sim. Edir chega &agrave; Pol&iacute;cia Federal - no filme, os coletes dizem Civil -, chama a agente de &quot;minha filha&quot;. Ela reage - n&atilde;o &eacute; &quot;filha&quot;. Voc&ecirc; j&aacute; viu isso, com outros termos e personagens.&nbsp;O diretor Alexandre Avancini, filho de Walter, j&aacute; provocou pol&ecirc;mica com &quot;Os Dez Mandamentos&quot;, outro megassucesso de bilheteria - a maior do cinema brasileiro - que n&atilde;o foi referendado pelo p&uacute;blico. &quot;Os Dez Mandamentos&quot; era uma s&uacute;mula da novela. Condensar uma novela inteira em duas horas, dar um m&iacute;nimo de coer&ecirc;ncia &agrave; hist&oacute;ria e aos personagens n&atilde;o representa pouco. Desta vez, Avancini n&atilde;o trabalha sobre imagens j&aacute; captadas. Ele filmou, e contou com bons atores - Petr&ocirc;nio Gontijo e Day Mesquita, que fazem Edir e a mulher, Ester.&nbsp;Avancini n&atilde;o quis dar entrevista, n&atilde;o mostrou o filme para a imprensa. Seria interessante discutir com ele o subtexto pol&iacute;tico de sua hist&oacute;ria. No final, a surpresa - ali&aacute;s, duas. O filme termina em aberto, prometendo uma sequ&ecirc;ncia. E o pr&oacute;prio bispo marca presen&ccedil;a, convidando o p&uacute;blico para orar na poltrona.&nbsp;

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