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Presidentes da Conmebol e da Concacaf são presos em Zurique

Por Jamil Chade | Estadão Conteúdo

Presidentes da Conmebol e da Concacaf são presos em Zurique
Foto: Divulgação
Numa operação que visa principalmente o futebol sul-americano, as polícias da Suíça e dos Estados Unidos realizaram mais uma onda de prisões na manhã desta quinta-feira em Zurique. Um dos presos é o atual presidente da Conmebol, Juan Ángel Napout. Ele é o terceiro presidente da entidade detido em seis meses.

O outro preso é o cartola de Honduras, Alfredo Hawit, presidente da Concacaf. Os dois, presos no hotel Baur Au Lac, são vice-presidentes da Fifa. Fontes de dentro da entidade confirmam à reportagem que mais prisões deverão acontecer ao longo do dia em vários locais do mundo. O número poderia superar a dez e visam em especial os dirigentes sul-americanos. "Será um tsunami na região", alertou uma fonte policial próxima ao processo.

Durante o dia, outros cartolas serão indiciados e operações estão sendo aguardadas em diferentes partes da América Latina. Fontes confirmaram à reportagem que Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, é um dos investigados pelo FBI e que estaria entre os detidos se tivesse viajado para a reunião da Fifa. Ele, desde maio, não sai do Brasil, nem para acompanhar jogos da seleção. Joseph Blatter, ex-presidente da Fifa, não está entre os detidos, apesar de estar sob investigação na Suíça.

As prisões ocorreram no mesmo local onde, em 27 de maio de 2015, sete outros dirigentes foram detidos, entre eles José Maria Marin. Os cartolas estavam em Zurique para as reuniões do Comitê Executivo da entidade, que ocorrem nesta quinta-feira. Eles são suspeitos de corrupção e lavagem de dinheiro e aguardam o processo de extradição para os EUA.

Segundo o Departamento de Polícia da Suíça, os dois são acusados de receber milhões de dólares em propinas por contratos comerciais em torneios. Napout, em entrevista à reportagem, havia insistido esta semana que queria "reformar a Conmebol" e que era "totalmente favorável à transparência". Adotando um tom de "reformador", ele insistia que "não renunciaria" e que a entidade sul-americana entrava em uma nova fase, depois das prisões dos ex-presidentes Eugênio Figueredo e Nicolás Leoz.

Brincando e caminhando tranquilamente pelo lobby do hotel onde seria preso nesta quinta, Napout distribuiu sorrisos nos últimos dias, deu entrevistas e tentava fazer campanha para seu amigo, Gianni Infantino, para a presidência da Fifa.

Em um comunicado, a Justiça suíça apontou que vai continuar colaborando com os Estados Unidos. Na Fifa, as reuniões foram mantidas e a entidade apontou que vai "colaborar" com a Justiça.

Hospedado no mesmo hotel da operação, Fernando Sarney, o novo representante do Brasil na Fifa, não foi preso. Procurado pela reportagem, Sarney desconhecia a operação e disse que iria para as reuniões da Fifa como planejado. Ele volta na noite desta quinta ao Brasil e seria acompanhado justamente por Napout, que havia servido como seu "guia" nas primeiras reuniões na Fifa.