Raimundo Viana avalia possível SAF no rubro-negro: "O Vitória não está à venda"
Em entrevista concedida ao programa BN na Bola, da rádio Salvador FM, o presidente do Conselho Fiscal do Vitória, Raimundo Viana, falou, entre outros assuntos, sobre as negociações do Leão com a Libra, a Liga do Futebol Brasileiro, e disse que o clube "não está à venda" em relação a uma possível SAF (Sociedade Anônima do Futebol).
"As coisas no futebol evoluem com muita rapidez. Hoje falam de SAF, nós temos o exemplo aqui na Bahia, um clube de tradição foi vendido. Eu, inclusive, do ponto de vista do Vitória, não acho que seja a nossa alternativa prioritária. Há outros caminhos, como por exemplo a Libra, a Liga do Futebol Brasileiro, e outros tantos mais. São projetos que precisam ser avaliados, discutidos, não com essa história de maniqueismo, de apenas ser contra ou a favor. Tem que olhar os interesses do clube. Ninguém de sã consciência pode imaginar que o único grande clube de Salvador, que é o Vitória, está à venda. Não está. Nós temos uma história, e que bela história, para de repente aparecer alguém aí e mudar até as cores do clubes. Mas são alternativas que estão no mercado e o Vitória, como clube grande, está inserido nas regras do mercado. Porém, isso passará por uma rigorosa avaliação dos órgãos responsáveis do clube, a partir da sua Assembleia Geral, que é uma instância mais democrática ainda do nosso clube, além do Conselho Fiscal e Deliberativo”, comentou Raimundo Viana.
O dirigente de 83 anos ainda falou sobre os bloqueios de contas sofridos pelo Leão, que, segundo ele, vem lidando com esse problema com "singular competência".
"A história do bloqueio de conta, infeliz e desgraçadamente, é uma coisa recorrente, porque às vezes as pessoas fazem débitos, não honram e aquilo gera medidas judiciais. O Vitória vem enfrentando isso com singular competência. Recentemente os bloqueios estão vindo da Fifa, bloqueando não apenas a conta como registro de atletas. Na formação do time que está aí, jogadores foram contratados e de repente bate um transfer ban impedindo o registro. O Vitória tinha praticamente assinado contratos com eles aí teve que fazer uma negociação para desbloquear. Recentemente, apareceu um bloqueio, que tenho certeza absoluta que será revertido, mas o Vitória está podendo registrar os atletas", comentou o presidente do Conselho Fiscal do Vitória.
Raimundo Viana também elogiou o ambiente pacífico e democrático do Vitória.
"União em clube de futebol é alguma coisa muito difícil. Infelizmente, há muito ego em jogo, muita ambição. Porém, no contexto geral, o Vitória é uma ilha de tranquilidade. Tem um comando firme de Fábio Mota e Djalma Abreu. Tem uma equipe de diretores afinada com as diretrizes do clube. Tem uma torcida comprometida com os projetos. Tem um Conselho Deliberativo atuante, um Conselho Fiscal também atuante, de modo que eu diria que em termos de paz, o Vitória hoje é uma ilha para o que já foi recentemente. As compreensões assumem o lugar da intolerância. A torcida mostra a sua adesão aos planos do clube. Não é por acaso que o Vitória coloca 20 mil pessoas no Barradão, domingo à noite, após dois insucessos. Isso é uma demonstração de força e paz do clube", comentou "Vovô Mundico", como é carinhosamente chamado pela torcida rubro-negra.
Na 4ª colocação da Série B com 31 pontos, o Vitória volta a campo nesta quarta-feira (19), às 21h30, contra o Sport, pela 18ª rodada da competição.