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Richarlyson comenta sobre homofobia em programa de canal fechado

Richarlyson comenta sobre homofobia em programa de canal fechado
Foto: Gabriel Ferrari / Guarani Press

O volante Richarlyson, atualmente no Guarani, falou sobre a questão da homofobia no mundo do futebol. O atleta, de 34 anos, deu entrevista ao programa Tá na Área, do canal fechado SporTV.

 

"Posso falar para você uma coisa. O que difere, para você... Vou te fazer uma pergunta. No seu trabalho, se o seu companheiro é homossexual ou se ele é heterossexual, qual a diferença para você? Eu não vejo diferença. Se no trabalho ele está sendo bem, fazendo o trabalho com maestria, eu não vejo diferença. Se ele gosta do mesmo sexo, o problema é dele. Eu tenho que respeitar. Se ele gosta do sexo oposto, que é o normal para a sociedade, eu tenho que respeitar. A diferença é que as pessoas não respeitam a vida individual de cada um. Não é só no futebol", afirmou.

 

Richarlyson teve a sua sexualidade questionada em 2007. Naquela ocasião, quando era jogador do São Paulo, o então diretor administrativo do Palmeiras, José Cirillo Júnior, insinuou que ele seria gay. O meia negou e disse ser heterossexual. Os advogados do atleta entraram com uma queixa-crime contra Cirillo, mas o juiz Manoel Maximiniano Junqueira Filho, da 9ª Vara Criminal de São Paulo, arquivou o caso. O juiz alegou que o que não se mostra razoável é a aceitação de homossexuais no futebol brasileiro, porque prejudicaria o pensamento uniforme do time.

 

Há cerca de três meses, quando foi apresentado ao Guarani, a coletiva de Richarlyson foi marcada por protestos e bombas. O jogador também comentou sobre este episódio.

 

"Eu fui questionado sobre o tumulto que aconteceu na minha chegada. Eu falei: "Você quer que eu fale o que sobre isso? Para pessoas que são ignorantes... São pessoas vazias, que não respeitam  as pessoas. Nem me conhecem. Vocês querem que eu fale o que para essas pessoas? Eu não tenho o que falar. Para mim, não muda. É uma pessoa vazia. Por isso não gosto de comentar. Para mim é vazio. É tão vazio, é tão pequeno, para aquilo que eu sou, de onde eu vim. O que eu precisei conquistar... Pra que eu vou debater?"", disse.

 

O atleta ainda negou que o preconceito tenha atrapalhado a sua carreira profissional. E lembrou das passagens por São Paulo e Atlético-MG, clubes onde atuou por mais tempo. "Também não. Porque assim... Eu acho que por eu ser tão esclarecido, e quem me conhece, quem consegue ter essa percepção de conhecimento, não vai me julgar. Vai saber que eu sou um cara do bem. E essas pessoas vão ficar do meu lado. E vão proteger as pessoas que estão também do meu lado. Como eu fui. Porque se eu fosse uma pessoa má, eu não ficaria cinco anos no São Paulo, não ficaria quatro anos no Atlético Mineiro. Todos os clubes para onde eu vou, fico muito tempo. Isso não é normal para um jogador. É difícil ter um jogador que se identifica tanto com o clube. E aí eu entro naquela questão. Por que existiam pessoas que não gostavam então? Não vou conseguir entender, e não vou conseguir explicar".

 

Na Série B do Campeonato Brasileiro, o Guarani está brigando pelo acesso à divisão de elite. A equipe ocupa a terceira colocação com 28 pontos. O Bugre volta à campo nesta terça-feira (1º), às 21h30, para enfrentar o Luverdense, fora de casa, no estádio Passo das Emas, pela 18ª rodada da competição.