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No aniversário de Salvador, ídolos do esporte falam sobre orgulho de ser soteropolitanos

Por Júlia Belas

No aniversário de Salvador, ídolos do esporte falam sobre orgulho de ser soteropolitanos
Foto: Amanda Oliveira / GOVBA

Do futebol de Bebeto aos títulos de Ricardo no vôlei de praia, dos socos de Popó às braçadas de Edvaldo Valério nas piscinas, os soteropolitanos se destacam quando o assunto é esporte. A capital baiana completa 468 anos nesta quarta-feira (29) e, para celebrar, o Bahia Notícias conversou com Robson Conceição e Adriana Araújo, pugilistas e medalhistas olímpicos, e Carlos Amadeu, treinador da seleção brasileira sub-17, que conquistou o Campeonato Sul-Americano da categoria no último dia 20. Ao falar sobre a cidade, os três contam como tiram forças da energia soteropolitana e sentem orgulho de suas origens.

 


O pugilista Robson Conceição revelou, em entrevista ao Bahia Notícias, que foi convidado recentemente a se mudar para os Estados Unidos para seguir a sua carreira no boxe profissional. No entanto, segundo ele, treinar na capital baiana foi fundamental tanto para o sucesso nas Olimpíadas quanto para o profissional - foram três vitórias em três embates na categoria até 69kg. "Aqui é a minha origem, minha ligação com esse lugar é muito forte. Eu venho conquistando muitas coisas enquanto estou morando aqui, conquistei uma Olimpíada. Em 2012, na de Londres, eu treinei em São Paulo e não deu certo. Estar aqui me ajudou a conseguir essa realização muito importante. Eu até recebi uma proposta para morar fora, ficar nos Estados Unidos, de um contato profissional, mas é muito bom ficar aqui com minha família e os meus amigos. Não vejo necessidade de sair daqui", afirmou. Para Robson, ser soteropolitano "da gema" também é importante para a formação de sua identidade. Após conquistar o ouro no Rio de Janeiro, ele enviou uma saudação aos amigos de Boa Vista de São Caetano e pediu uma festa no bairro em seu retorno. Ele foi atendido: centenas de fãs acompanharam a carreata do medalhista pelo bairro, aos gritos de "uh, é Boa Vista!".


Se Robson conseguiu ficar na cidade, o contrário aconteceu com Adriana Araújo, bronze nos Jogos de Londres-2012. A boxeadora, nascida e criada no bairro de Brotas, contou ao BN que decidiu treinar em Salvador assim que garantiu a vaga para as Olimpíadas daquele ano. "Quando eu classifiquei para Londres, em maio de 2012, a primeira coisa que eu disse ao técnico ainda no avião voltando da China foi: 'Estou comprando as passagens, vou treinar em Salvador'. Aqui, eu fico em liberdade, estou em casa, com a minha família, me sinto muito bem entre as pessoas que eu gosto. Infelizmente no ano passado não pude fazer da mesma forma, me prenderam lá em São Paulo e eu não consegui ficar aqui", contou Adriana. A baiana acredita que a sua força vem justamente da dieta especial que mantém quando está em sua terra natal e ri ao dizer que tem dendê no sangue. "Quando eu estava em São Paulo, de tempos em tempos dizia que precisava voltar em Salvador pra botar dendê no sangue. Era pra voltar mais forte pros treinos. Eu sou louca por acarajé, moqueca, sou acostumada a comer essas coisas o tempo todo. Quando eu chego em Salvador depois de um tempo longe, vou direto comer moqueca. Uns dias depois, em casa, faço minha feijoada, sem contar o acarajé. Levo uma semana pra abastecer o corpo", brincou.

(Foto: Sebástian Martínez / Carlos Muga / Conmebol)


O clima de Salvador também conquista o treinador Carlos Amadeu, campeão sul-americano com a seleção brasileira sub-17, e que tem passagens por Bahia e Vitória, principais clubes da capital baiana. O comandante mora em Lauro de Freitas, mas ainda se aproveita da energia soteropolitana para buscar inspiração. "O bairro em que a gente morou durante toda a infância, até a adolescência e parte da vida adulta, foi o bairro de Amaralina. Até hoje eu tenho muitos amigos naquela região, gosto bastante de ir lá para visitar", contou. Ele revelou que, mesmo quando passa um tempo fora da cidade, continua deixando escapar algumas gírias típicas do soteropolitano. "Eu utilizo bastante a linguagem do baiano, muitas vezes a palavra ‘massa’, o sotaque um pouco arrastado. Isso a gente não perde nunca, é parte da cultura nossa de Salvador, do baiano. A gente vai sempre utilizando, lógico, a depender do local e da situação, mas a gente está sempre usando o que nos identifica junto aos nossos irmãos", contou.