COI promete ajudar sedes a conter 'populistas' contrários aos Jogos

O vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Juan Antonio Samaranch, alegou que o número de cidades que desistiram de se candidatar para sediar os Jogos de 2024 se deve ao fato de os governos não estarem preparados para lidar com a rejeição popular. Segundo Samaranch, a entidade oferecerá argumentos para conter os "movimentos populistas" que se opõem às candidaturas.

O espanhol classificou as desistências de cidades "animadíssimas" como "terrível e dramática". Segundo ele, o COI tomará medidas para acabar com a "má comunicação".

Uma comissão de quatro vice-presidentes vai analisar a falta de candidaturas e pode decidir pela redução de custos, supressão de comodidades supérfluas, além de encurtar o processo de candidatura e dar vantagem a cidades que repetem o interesse em sediar as Olimpíadas. Para 2024, cidades como  Roma (Itália), Toronto (Canadá), Hamburgo (Alemanha) e Budapeste (Hungria) demonstraram interesse, mas desistiram após protestos.

"Por que nos custa tanto passar a mensagem de que os Jogos são algo positivo? Em primeiro lugar, pelo custo do processo de candidatura. Uma cidade não pode pensar em gastar menos de 30 ou 40 milhões de dólares (entre R$ 92 e R$ 123 milhões, na cotação atual) e em torno de 50 (milhões de dólares, R$ 154 milhões) como média. Temos que baixar isso", afirmou.

O anúncio da sede dos Jogos Olímpicos de 2024 acontecerá em setembro e apenas Paris (França) e Los Angeles (EUA) estão na disputa. O co-presidente da campanha Paris 2024, Tony Estanguet, já disse que caso a cidade não seja vencedora, não aceitaria sediar os Jogos em 2028. "Essa é a quarta candidatura de Paris. Acredito que tenhamos apredido muito das candidaturas prévias e voltamos mais fortes, então essa é a nossa única chance. É agora ou nunca com Paris", afirmou.