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Dirigente da natação admite dificuldade para trazer torneios de grande porte para Salvador

Por Matheus Caldas

Dirigente da natação admite dificuldade para trazer torneios de grande porte para Salvador
Foto: Bruno Concha / Ag. Haack / Bahia Notícias
Com o fim dos Jogos Olímpicos, as histórias do esporte amador no país ficaram mais evidentes. Um dos principais esportes da Olimpíada, a natação passa por um momento delicado. No Rio, os resultados foram abaixo do esperado e um sinal amarelo foi ligado. Na Bahia, a situação de dificuldade se arrasta há mais tempo. O presidente da Federação Baiana de Desportos Aquáticos (FBDA), Sérgio Silva, comentou sobre o atual momento da modalidade no país. Na visão do dirigente, é preciso refletir sobre os rumos que a natação brasileira está tomando. “Temos que fazer algumas coisas pra rever esses resultados nacionais na natação. Temos que olhar um pouco mais para a base aqui”, disse Sérgio, em entrevista ao Bahia Notícias.
 
O mandatário dos esportes aquáticos na Bahia, entretanto, é cauteloso em criticar a realidade no estado. Na contramão dos resultados das piscinas, a maratona aquática é uma das poucas modalidades que os baianos são uma referência a nível nacional. Para Sérgio, o período que os atletas ficaram sem uma piscina olímpica foi arrasador para o cenário da natação baiana. “Essa parte de apoio não afetou muito a parte da maratona, mas a natação, sim. Nós estamos bem nas maratonas aqui, com bons resultados. A Bahia é referência nacional. De 23 atletas da seleção brasileira, dois eram baianos”, ponderou, referindo-se a Ana Marcela Cunha e Allan do Carmo.
 
O dia 29 de agosto de 2010 foi um marco para o futebol baiano. Nesta data, o estádio mais tradicional da Bahia foi abaixo. A Fonte Nova foi demolida e daria lugar a uma moderna arena, que receberia os jogos da Copa do Mundo 2014. Em 2013, a praça ressurgiu como uma das mais modernas da América Latina. Entretanto, um vazio ficou debaixo das arquibancadas. A Vila Olímpica da Fonte Nova desapareceu com o antigo estádio, deixando na mão dezenas de pessoas que se beneficiavam do projeto que havia no local.
 

Atletas deram abraço simbólico na despedida da piscina da antiga Vila Olímpica | Foto: Reprodução / Facebook / Sou mais água
 
Por conta da falta de uma piscina olímpica, o contingente de atletas diminuiu consideravelmente. Como consequência, a Bahia saiu da rota de competições importantes. “Depois que a Fonte Nova fechou, o contingente de atletas caiu consideravelmente. Nas categorias mirim e petiz, o número de filiados caiu um pouco em relação a anos anteriores. Tínhamos entre 60 e 70 atletas. Tinha o pessoal de baixa renda que não teve condições de ficar praticando o esporte. Quando a piscina estiver boa mesmo, teremos mais oportunidades de descobrir mais talentos”, lamentou Sérgio, considerando o potencial do novo equipamento construído na Avenida Bonocô, em Salvador, que foi inaugurado em março de 2016.
 
O último campeonato importante realizado na Bahia aconteceu ainda em 2010. Na oportunidade, em seu último torneio oficial, a Vila Olímpica da Fonte Nova abrigou o Torneio Sérgio Silva – o campeonato do Nordeste da Natação, que homenageia o dirigente baiano.
 
De acordo com Sérgio, Salvador ainda não tem condições de abrigar um torneio interestadual. O espaço ainda não conta com arquibancadas e banheiros, o que inviabiliza a organização de torneios de grande porte. O mandatário acredita que é preciso esperar um pouco mais, porém, ele crê que a piscina tem um grande potencial. “Minha sugestão é segurar um pouco pra não queimar o cartucho e não termos condições de fazer uma competição de um grande porte. Não temos ainda essa condição para fazer um bom encontro. Não temos arquibancadas, por exemplo. Na maratona, por exemplo, é mais fácil trazer eventos assim”, explicou.
 

Arquibancadas improvisadas ao fundo da piscina | Foto: Divulgação / FBDA
 
A maratona é o orgulho da FBDA. Com a falta de necessidade de grandes estruturas, é mais fácil conseguir trazer eventos de grande porte para o estado. Em 2015, a seleção italiana da modalidade treinou durante 15 dias nos mares baianos. Entre esses atletas, estava a vice-campeã olímpica Rachele Bruni, que venceu a brasileira Poliana Okimoto na prova de 10 km.
 
Nos Jogos, dois baianos nadaram: Ana Marcela Cunha e Allan do Carmo. Ambos não conseguiram medalha. Sérgio comentou sobre a prova do nadador, que mora e treina em Salvador. “Allan teve uma preparação boa. Tudo que a parte técnica solicitou ele fez. Achei que ele deu um vacilo na parte das boias, onde ele ficou preso. Não conversei com ele nem com Rogério ainda. Mas teve ter tomado muita pancada no dia. Mas eu acho que ele poderia chegar entre os oito ali. Tinha muito tempo que eu não o via nadar a nível nacional. Mas a preparação não foi ruim”, analisou.